terça-feira, dezembro 30, 2025
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Brasil começa a exigir visto para EUA, Canadá e Austrália nesta quinta

O Brasil começa, nesta quinta-feira (10), a exigir visto para cidadãos da Austrália, do Canadá e dos Estados Unidos, conforme previsto em decreto.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), a decisão do governo brasileiro foi tomada em maio de 2023 em respeito ao princípio da reciprocidade. 

A medida ocorre porque nos três países citados não há isenção de vistos aos nacionais brasileiros e “o Brasil não concede isenção unilateral de vistos de visita”.

O Itamaraty informou que o governo brasileiro segue negociando acordos de isenção de vistos em bases recíprocas com os países mencionados. 

Em publicação em uma rede social, o ministro do Turismo, Celso Sabino, reforçou o posicionamento do governo brasileiro.

“Seguimos em tratativas para que os Estados Unidos isentem os brasileiros da exigência do visto, permitindo a reciprocidade para os norte-americanos que visitam o Brasil”, afirmou.

Dados do painel de Chegadas de Turistas Internacionais ao Brasil, da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), mostram que, em 2024, o Brasil recebeu 728.537 turistas dos Estados Unidos, 96.540 vindos do Canadá, e 52.888 da Austrália.

Solicitação do visto

Os viajantes destes países que chegam ao Brasil por via aérea, marítima ou terrestre devem solicitar o visto online no site eVisa, com taxa de US$ 80,90, aproximadamente R$ 479. A estada desses visitantes no Brasil não poderá exceder 90 dias.

O primeiro passo é preencher o formulário de solicitação de visto e anexar os documentos exigidos como o passaporte.

A solicitação do visto eletrônico deve ser feita com antecedência para evitar interrupções de viagem causadas por atrasos ou conexões perdidas, em caso da falta do visto.

Projeto de lei

Ao contrário do que estabelece o decreto presidencial, o Senado Federal aprovou, em março deste ano, um projeto de lei que suspende a exigência de vistos para cidadãos da Austrália, do Canadá, dos Estados Unidos e do Japão a partir de 10 de abril. O texto seguiu para apreciação da Câmara dos Deputados e ainda não teve tramitação.

O projeto de decreto legislativo aprovado no Senado é de autoria do senador da oposição Carlos Portinho (PL-RJ) e foi relatado por outro parlamentar do mesmo partido, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). 

Japão

Apesar de constar no projeto do Senado, o Japão não está mais na lista dos países que exigem visto dos cidadãos brasileiros. 

Em agosto de 2023, os governos do Brasil e do Japão chegaram a um entendimento para a isenção recíproca de vistos de visita para portadores de passaporte comum que viajem por período de até 90 dias. 

A isenção entrou em vigor em setembro de 2023 e tem validade de três anos.

Fonte: Agência Brasil

Setor de serviços cresce 0,8% na passagem de janeiro para fevereiro

O setor de serviços – que reúne atividades como telefonia, restaurantes, tecnologia da informação, hotelaria e transportes – apresentou alta de 0,8% na passagem de janeiro para fevereiro. O dado tem ajuste sazonal, o que elimina efeitos de calendário e permite comparação mais ajustada entre meses seguidos.

Na série sem ajuste sazonal, o setor observa expansão de 4,2% ante fevereiro de 2024. Nesse tipo de comparação com o mesmo mês do ano anterior, é o 11º resultado positivo seguido.

No acumulado de 12 meses, os serviços experimentam elevação de 2,8%. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O instituto apura o desempenho de 166 tipos de serviços.

A média móvel trimestral, indicador que retrata a tendência de comportamento do setor, apresentou alta de 0,1% ante o período de três meses terminado em janeiro.

O desempenho de fevereiro deixa o setor de serviços 1% abaixo do ponto mais alto da série, registrado em outubro de 2024, e 16,2% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020. A série do IBGE foi iniciada em janeiro de 2011.

Volta do crescimento

O resultado de 0,8% em fevereiro mostra inflexão do setor, que tinha recuado 0,6% na passagem de dezembro de 2024 para janeiro. De acordo com o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, “com o avanço de fevereiro, houve recuperação da perda verificada em janeiro”.

A alta de fevereiro é o maior resultado mês a mês desde outubro de 2024, quando o setor cresceu 1,1%.

Das cinco atividades pesquisadas pelo IBGE em fevereiro, quatro apresentaram expansão na comparação com janeiro:

– informação e comunicação: 1,8%;

– serviços profissionais, administrativos e complementares: 1,1%;

– outros serviços: 2,2%;

– prestados às famílias: 0,5%.

“O grande destaque dos últimos meses tem sido o setor de informação e comunicação, especialmente a parte de serviços de tecnologia da informação, que segue renovando a cada mês o ápice de sua série por conta de alta demanda no fornecimento de serviços [tecnologia da informação] TI, como o desenvolvimento e licenciamento de softwares; consultoria em tecnologia da informação; portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na internet; tratamento de dados etc.”, aponta Lobo.

Em serviços profissionais e administrativos, o pesquisador chama a atenção para o crescimento das receitas das empresas que atuam com intermediação de negócios em geral, por meio de aplicativos e de plataformas de comércio eletrônico.

A única atividade de serviços no campo negativo foi a de transportes, com ligeira queda de 0,1%.

Turismo

O IBGE divulgou também que o índice de atividades turísticas mostrou expansão de 2,9% em fevereiro. Em janeiro, o resultado tinha sido queda de 6,1%. Com esse desempenho, o turismo está 9,7% acima do patamar pré-pandemia e 3,4% abaixo do ápice da série histórica, alcançado em dezembro de 2024.

Além de destacar a baixa base de comparação, que estatisticamente joga para cima o resultado proporcional de fevereiro, o analista do IBGE cita o transporte aéreo de passageiros como principal responsável pelo avanço.

“Outro fator importante foi a queda dos preços das passagens aéreas (-20,46%). Isso acaba se refletindo em aumento do volume de transporte aéreo”, explica.

Na comparação com fevereiro de 2024, o índice de volume de atividades turísticas apresenta crescimento de 7,3% – nona taxa positiva seguida.

Cenário econômico

A Pesquisa Mensal de Serviços é a terceira de três levantamentos conjunturais divulgados mensalmente pelo IBGE. Nos últimos dias, o instituto revelou que o país apresentou alta de 0,5% no setor de comércio e recuo de 0,1% na produção industrial. 

Fonte: Agência Brasil

Greve de fome: Glauber acampa na Câmara após Conselho votar cassação

Em greve de fome, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) acampou, na madrugada desta quinta-feira (10), no plenário 5 do Anexo 2 da Câmara dos Deputados, após o Conselho de Ética aprovar o parecer que pede a cassação do seu mandato por quebra de decoro parlamentar, com 13 votos contra 5.

Acusado de agredir um militante de extrema-direita, Braga se diz vítima de perseguição política por denunciar o Orçamento secreto.

Sem falar com a imprensa para poupar energia, o parlamentar segue no chão do plenário, acompanhado por assessores. Ele apenas acenou para reportagem da Agência Brasil e disse que “está tudo bem”.

Ele está sem comer desde a noite da terça-feira (8) por não ter conseguido tomar café da manhã antes da sessão do Conselho de Ética em razão da ansiedade causada pela votação.

“Estou há 30 horas e 30 minutos fazendo somente a ingestão de líquidos. Estou no mesmo plenário que votou a minha cassação no dia de ontem. Essa tática radical é fruto de uma decisão política: não serei derrotado por Arthur Lira e pelo Orçamento secreto. Vou às últimas consequências”, disse Glauber, em uma rede social, no início da manhã de hoje (10).

Em nota, a assessoria de imprensa do parlamentar disse que ele está recebendo acompanhamento médico, está com a pressão arterial normal e mantém 91,7 quilos. “Na manhã desta quinta-feira, o parlamentar ingeriu dois copos de isotônico, além de água”, informou a assessoria.

Inicialmente, a deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP), de 90 anos, afirmou que se juntaria ao parlamentar na greve de fome, mas acabou convencida por colegas a desistir da greve e fazer a luta por outros meios.

Perseguição política

A assessoria de Glauber Braga explicou que o objetivo da greve de fome é denunciar a perseguição política contra o deputado, além de pressionar por um desfecho do caso. O deputado teme que a Câmara adie definitivamente o processo, que tem mais de um ano.

Braga responde a uma representação apresentada pelo partido Novo, por ter agredido e expulsado da Câmara um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), que insultou a mãe do parlamentar.

Ele argumenta que a punição é desproporcional, se forem considerados outros casos de quebra de decoro na Câmara. O parlamentar alega que, na verdade, é vítima de perseguição política movida pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) em parceria com o relator do processo, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA). 

Segundo Braga, Lira teria “comprado” o parecer contra ele em troca de recursos do Orçamento secreto para o relator.

O deputado do PSOL promete recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se a CCJ confirmar a votação do Conselho de Ética, o plenário da Casa ainda precisa se manifestar sobre o tema.  Os partidos PT e PSOL anunciaram, nessa quarta-feira (9), obstrução dos trabalhos da Casa contra decisão do Conselho de Ética.

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), defendeu que o colégio de líderes partidários discuta o tema e sustentou que a votação do Conselho foi um equívoco.

“Nós estamos trazendo para o colo desta Casa uma crise de enormes proporções. Temos um deputado numa sala de comissão em greve de fome. Temos que falar com o presidente [da Câmara] Hugo Motta”, argumentou.

Orçamento secreto

Como deputado, Glauber Braga é um dos principais críticos do Orçamento secreto, nome dado à execução de recursos públicos por meio de emendas parlamentares sem identificação do autor da emenda e do destino do dinheiro.

Esse mecanismo de gasto do dinheiro público foi questionado pelo PSOL no Supremo Tribunal Federal (STF), que exigiu mais transparência no gasto público, forçando o Congresso a alterar as regras para pagamento de emendas. 

Por meio de nota, o deputado Arthur Lira negou as acusações e lembrou que a acusação contra Glauber foi realizada pelo partido Novo, e não por ele ou pela sua legenda.

“De minha parte, refuto veementemente mais essa acusação ilegítima por parte do deputado Glauber Braga e ressalto que qualquer insinuação da prática de irregularidades, descasada de elemento concreto de prova que a sustente, dará ensejo à adoção das medidas judiciais cabíveis”, disse Lira.

A Agência Brasil procurou a assessoria do deputado Paulo Magalhães para comentar as acusações, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

Durante as sessões do Conselho de Ética, o deputado Magalhães não respondeu às acusações de Glauber. Segundo a assessoria de Magalhães, o relator se recusou a discutir com o acusado “porque essa foi a estratégia de defesa dele”.

Fonte: Agência Brasil

Sem consenso, declaração da Celac critica sanções e guerra comercial

Adotando a justificativa de “consenso suficiente”, a 9ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizada em Honduras nesta semana, publicou a declaração final criticando as sanções econômicas e a guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O documento defende a indicação de um representante da América Latina ou do Caribe para secretário-geral das Nações Unidas (ONU) e reafirma apoio ao Haiti, que vive grave crise humanitária e de segurança, com gangues controlando mais de 80% da capital, Porto Príncipe.

A declaração final, contudo, não contou com a assinatura do Paraguai, da Argentina e da Nicarágua. Para especialista consultado pela Agência Brasil, a posição da Argentina tem relação com o apoio incondicional de Buenos Aires a Washington sob Trump.

A Celac é a única organização que reúne os 33 países latino-americanos e caribenhos e é aposta do Brasil para fortalecer a integração latino-americana e caribenha.

O documento afirma o compromisso com o fortalecimento da Celac como mecanismo de coordenação política para integrar os países da região, destaca que a América Latina e Caribe é uma “zona de paz”, em meio às tensões entre Guiana e Venezuela e defende a “não ingerência nos assuntos internos, na soberania e na integridade territorial”.

“Da mesma forma, rejeitamos a imposição de medidas coercitivas unilaterais contrárias ao direito internacional, incluindo aquelas que restringem o comércio internacional”, diz o documento assinado por 30 países.

As medidas coercitivas unilaterais são as sanções econômicas que hoje são aplicadas pelos Estados Unidos contra países como Venezuela, Cuba e Nicarágua. Já as medidas “que restringem o comércio internacional” são uma menção indireta à guerra de tarifas iniciada pelo presidente Donald Trump.

Sem consenso

O professor Roberto Goulart Menezes, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), avalia que a recusa da Argentina em assinar o documento condiz com a postura do atual presidente Javier Milei

“A Argentina está contrariando todos os organismos regionais uma vez que sua política externa está alinhada de forma incondicional aos Estados Unidos de Trump. E, portanto, não traz novidade”, disse Menezes.

Para o professor, a posição do Paraguai chama a atenção. “Ele chegou a contestar termos da minuta da declaração como gênero, mas creio que o principal é sinalizar aos EUA. A informação de que o Brasil teria espionado autoridades paraguaias pode ter influenciado na negativa deles em assinar a declaração”, comentou o especialista.

A revelação do Portal UOL de que o Brasil teria espionado o Paraguai durante o governo de Jair Bolsonaro estremeceu as relações entre os dois vizinhos. O governo Lula informou que a ação foi interrompida no início do atual mandato.

Em nota, o Ministério de Relações Exteriores do Paraguai fez duras críticas à declaração final da Celac publicada sem consenso. “O conceito de ‘consenso suficiente’ não existe no direito internacional”, reclamou a chancelaria paraguaia, sem informar o que motivou a recusa a assinar a declaração.

Sobre a Nicarágua, o professor Roberto Goulart Menezes analisa que a não assinatura da declaração tem relação com o isolamento cada vez maior do país centro-americano no cenário internacional. “Embora continue participando da Celac, não tem encontrado apoio político de quase nenhum dos países da Celac, em especial, do Brasil”, disse.

O presidente Lula, que esteve em Honduras na Cúpula da Celac, criticou a tentativa de países de evitar a declaração final. “Você não pode ter 40 países e um só decidir que não gosta de alguma coisa e não assinar um documento. É melhor você assinar o documento e colocar no rodapé que tal país não quis assinar”, comentou.

Confira a declaração completa abaixo:

DECLARAÇÃO DE TEGUCIGALPA

A COMUNIDADE DOS ESTADOS LATINO-AMERICANOS E DO CARIBE

Tegucigalpa, 9 de abril de 2025

Adotado por “consenso suficiente” por 30 Estados-Membros

Os Chefes de Estado e de Governo e altos representantes da CELAC, reunidos em Tegucigalpa no âmbito da IX Cúpula de Chefes de Estado e de Governo e diante dos atuais desafios que a região enfrenta, declaram:

1. Reafirmar seu compromisso com o fortalecimento da CELAC como mecanismo de coordenação política que integra todos os países da região e se baseia na riqueza de declarações adotadas em cúpulas anteriores.

2. Destacar a plena vigência da Proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, baseada na promoção e no respeito aos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional, na cooperação internacional, na democracia e no Estado de Direito, no multilateralismo, na proteção e promoção de todos os direitos humanos, no respeito à autodeterminação, na não ingerência nos assuntos internos, na soberania e na integridade territorial. Da mesma forma, rejeitamos a imposição de medidas coercitivas unilaterais contrárias ao direito internacional, incluindo aquelas que restringem o comércio internacional.

3. Afirmam sua convicção compartilhada de que é oportuno e apropriado que um cidadão de um Estado latino-americano e caribenho ocupe o cargo de Secretário-Geral das Nações Unidas, considerando que, dos nove Secretários-Gerais que a ONU teve até o momento, apenas um veio de um Estado da região e lembrando que o cargo nunca foi ocupado por uma mulher.

4. Destacar a importância de organizar intervenções conjuntas da CELAC em fóruns multilaterais sobre questões de interesse comum.

5. Expressar seu agradecimento à República de Honduras pelo trabalho realizado em sua condição de Presidência Pro Tempore (PPT) da CELAC, destacando a realização de reuniões de alto nível para compartilhar esforços e experiências nas áreas de segurança alimentar, mulheres, educação, café, energia, cooperação financeira, mudanças climáticas e mobilidade humana.

6. Reafirmam sua disposição de continuar o diálogo político para aprofundar os laços de cooperação da CELAC com outros países e grupos regionais, reconhecendo os avanços alcançados durante as reuniões convocadas pelo PPT hondurenho à margem do 79º período de sessões da Assembleia Geral das Nações Unidas.

7. Acolher a República da Colômbia como PPT do mecanismo (2025-2026) e reconhecer suas prioridades identificadas para o trabalho da CELAC; principalmente relacionadas a: energia (transição energética e interconexão); mobilidade humana; saúde e autossuficiência em saúde; segurança alimentar; meio ambiente e mudanças climáticas; povos indígenas e afrodescendentes; ciência, tecnologia e inovação; conectividade e infraestrutura; fortalecimento do comércio e do investimento; crime organizado transnacional; educação; igualdade de gênero, entre outros.

8. Reafirmar seu forte apoio à estabilidade da República do Haiti e contribuir decisivamente, de acordo com as capacidades de cada país, para apoiar seus esforços, juntamente com a comunidade internacional e as Nações Unidas, para restabelecer um ambiente de segurança humana para a normalização da situação política, econômica e social, com uma abordagem integral ao desenvolvimento.

Fonte: Agência Brasil

Governo vai propor isenção de energia para até 60 milhões de pessoas

O governo federal deve enviar ao Congresso Nacional, ainda neste semestre, um projeto de lei de reforma do setor elétrico brasileiro. Entre as propostas, está a ampliação da tarifa social, que hoje oferece descontos no pagamento da conta de energia para indígenas, quilombolas, idosos que recebem Benefício de Prestação Continuada (BPC) e famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal com renda até meio salário único.

A ideia é que haja uma isenção de pagamento de tarifa de energia elétrica para essas populações caso elas consumam até 80 kWh por mês, o que chegaria a 60 milhões de pessoas no país.

Atualmente, a isenção completa do pagamento em caso de consumo de até 50 kWh vale para indígenas e quilombolas, enquanto os idosos com BPC e as famílias do CadÚnico têm direito a descontos escalonados de até 65%, caso o consumo seja menor que 220kWh.

“Mais de 60 milhões de brasileiras e brasileiros serão beneficiados com a gratuidade de energia do consumo até 80 gigawatt por mês. Isso representa o consumo de uma família que tem uma geladeira, um chuveiro elétrico, ferro de passar, carregador de celular, televisão, lâmpadas para seis cômodos”, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em evento no Rio de Janeiro.

O ministro não explicou sobre o que será feito em relação aos descontos escalonados que hoje são aplicados para consumos até 220 kWh. Segundo ele, a ideia é subsidiar a política através da correção de “distorções internas do setor”.

“Se você vê o projeto como um todo, você vai ver que estamos fazendo ali uma completa e possível justiça tarifária, corrigindo as distorções dentro do setor. E isso não impacta praticamente o restante dos consumidores”.

Uma das distorções, de acordo com Silveira, é o pagamento sobre a segurança energética.

“O pobre paga mais que o rico na questão, em especial, da segurança energética, para se pagar Angra 1 e 2 e as térmicas. Só o pobre paga. Boa parte do mercado livre não paga por essa segurança energética ou paga pouco. Então, estamos reequilibrando essa questão do pagamento por parte do pobre, do mercado regulado e da classe média”.

Outra proposta do projeto de lei, que deverá ser encaminhada à Casa Civil da Presidência ainda este mês é dar mais liberdade de escolha para o consumidor, inclusive residencial, em relação à origem da energia que ele irá consumir.

“O cara vai poder comprar energia como compra em Portugal ou na Espanha. Ele escolhe a fonte energética que ele quer comprar, pelo celular. Ele vai poder escolher a fonte, o preço e ele vai poder pagar da forma que ele quiser. Pode pagar tanto através da distribuidora quanto pode emitir um boleto direto ou pagar pela internet”.

Fonte: Agência Brasil

Ministra destaca multilateralismo na solução de questões da humanidade

Ao participar da plenária de abertura do 9º Fórum Regional das Nações Unidas sobre Empresas e os Direitos Humanos América Latina e Caribe, nesta quinta-feira (10), em São Paulo, a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, destacou a importância de reforçar a agenda do multilateralismo e diálogo nas soluções dos problemas da humanidade.

“Fazer esse fórum de empresas e direitos humanos com esse amplo espectro participativo reforça a agenda do multilateralismo e do diálogo como possibilidade de encontrar soluções para os grandes problemas que a gente tem na humanidade”, disse a ministra.

Ela ressaltou ainda que o evento traz para a cena pública e para o diálogo ativistas, ambientalistas, pessoas que foram atingidas por empreendimentos violentos e, ao mesmo tempo, os setores empresariais. “É preciso a gente colocar a dignidade humana como ponto-chave da nossa equação de existência no planeta”, afirmou.

A ministra apontou também a necessidade de avançar no diálogo para pactuar legislações, marcos para orientar uma agenda de desenvolvimento sustentável que leve em consideração os povos e comunidades tradicionais.

“E, principalmente, que a gente pense numa agenda de trabalho decente, de inclusão, mas que a gente pense também do ponto de vista dos impactos coletivos, porque, muitas vezes, uma ação desordenada, sem limites, por parte do setor empresarial, pode acarretar nas comunidades”, afirmou.

Fonte: Agência Brasil

STJ: relator vota para que tempo de amamentação reduza pena de presas

O ministro Sebastião Reis Júnior, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), votou nesta quarta-feira (9) para que o tempo dedicado por uma presa a amamentar e cuidar de seu filho recém-nascido seja considerado um trabalho para fins de redução de pena. 

O julgamento teve início nesta quarta-feira (9) na Terceira Seção do STJ, colegiado formado por dez ministros e responsável por unificar os entendimentos sobre questões de direito penal que chegam repetidas vezes ao tribunal. 

Relator do tema no STJ, Reis Júnior reconheceu que a amamentação e a dedicação ao recém-nascido equivalem a um trabalho, ainda que não remunerado, enquadrando-se assim nas hipóteses legal de redução de pena. 

“A amamentação e os cuidados maternos são formas de trabalho que exigem esforço contínuo e são indispensáveis ao desenvolvimento saudável da criança, devendo ser reconhecidos para fins de remição da pena”, disse o ministro-relator.

Ele atendeu a pedido da Defensoria Pública do Estado de São Paulo e votou para reduzir em dois meses a pena de uma presa que ficou seis meses amamentando seu filho na ala materno-infantil da Penitenciária de Mogi Guaçu (SP). 

A proporção de um dia a menos de pena para cada três dias de trabalho está prevista na Lei de Execução Penal (LEP).

O pedido da defensoria havia sido antes rejeitado nas duas instâncias do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que havia alegado não haver previsão legal de remição da pena pelo trabalho de cuidados com a prole, que seria um dever da mãe. 

O acórdão (decisão colegiada) do tribunal paulista menciona ainda que, por não ser remunerado, o trabalho de cuidar do filho e amamentar não poderia no que está previsto na LEP.

Economia do cuidado

Ao defender que o tempo de amamentação seja contado para remição de pena, o defensor público Caio Granduque lembrou haver farto material sobre a economia do cuidado, produzido por especialistas e pela Organização das Nações Unidas (ONU), dando conta que essa atividade não remunerada deve ser equiparada ao trabalho remunerado para fins jurídicos. 

Ele apresentou dados da ONU segundo os quais 76% do trabalho de cuidado, em todo mundo, é exercido por mulheres, ressaltando que não reconhecer essa atividade como sendo laboral representaria discriminação de gênero. “É um trabalho que não produz valor monetário, mas produz valor afetivo”, argumentou. 

O defensor frisou ainda que o cuidado com a criança recém-nascida é desempenhado em benefício de toda a sociedade e contribui para a ressocialização das mulheres encarceradas. 

“Um olhar sensível e humanístitco para essa situação é muito necessário”, concluiu. 

Em nome do Ministério Público Federal (MPF), a subprocuradora-geral da República Raquel Dodge também defendeu o reconhecimento da amamentação para fins de redução de pena. 

Ela salientou a importância que o trabalho de cuidado com a criança tem para todo o corpo social e, sobretudo, para a proteção da família, que é um dever do Estado, conforme preconiza a Constituição. 

Para Dodge, a interpretação de que o cuidado da prole é um dever da mulher e que, por ser um trabalho não remuneratório, não deveria se enquadrar no que diz a LEP “discrimina as mulheres encarceradas e as priva de um benefício penal expressamente conferido pela lei”. 

Em sua sustentação oral, a subprocuradora reverteu parecer anterior do MPF, que havia se manifestado por escrito, ao longo do processo, contra a redução de pena pela amamentação. 

Fonte: Agência Brasil

Comissão da Câmara dos Deputados impulsa consolidação das leis de inclusão para garantir direitos das pessoas com deficiência

A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência está promovendo uma iniciativa pioneira para unificar e simplificar a legislação brasileira referente aos direitos das pessoas com deficiência. O Código Brasileiro de Inclusão se fundamenta na Lei Brasileira de Inclusão e tem por objetivo facilitar o acesso dos cidadãos aos seus direitos, eliminando a burocracia e o uso de terminologias ultrapassadas e capacitistas, como “pessoa defeituosa” ou “portador de deficiência”.

Essa iniciativa, que pretende compilar e harmonizar mais de 222 textos legais – entre leis, decretos e normativas – representa um marco para aprimorar a proteção e a inclusão social de milhões de brasileiros. Esse emaranhado legislativo tem dificultado o conhecimento e a aplicação plena dos direitos, até mesmo para parlamentares. Muitos deputados e senadores desconhecem a totalidade das normas existentes, evidenciando a urgência de um código consolidado que reúna todas essas medidas em um único documento de fácil compreensão e acesso.

O texto do PL, protocolado nesta quarta-feira (09) na CPD, adota uma abordagem inovadora e detalhada. Ela introduz dispositivos que vão desde as definições essenciais – como o entendimento de deficiência em caráter biopsicossocial – até as garantias dos direitos à saúde, educação, moradia, trabalho e assistência social. O documento reforça a importância da avaliação multidisciplinar, do uso de tecnologias assistivas e dos programas intersetoriais, promovendo uma legislação capaz de enfrentar a complexidade e diversidade das necessidades das pessoas com deficiência.

Participação Popular e Articulação de Grupos Setoriais

Uma das inovações do projeto é a criação de um grupo de trabalho com relatores setoriais para cada tipo de deficiência, que trabalharão em conjunto com organizações sociais. Esse mecanismo visa aproximar a legislação do cotidiano dos diversos públicos, garantindo que as especificidades – sejam elas relacionadas à deficiência física, sensorial, intelectual ou mental – sejam plenamente consideradas. Além disso, as audiências públicas serão realizadas em todas as capitais e cidades do país, servindo como o principal canal de participação popular, em sintonia com o princípio “nada sobre nós sem nós”.

Nesse contexto, destaca-se a atuação do deputado Amom Mandel (Cidadania-AM), que, como vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, tem se posicionado como um defensor incansável da criação do Código Brasileiro de Inclusão. Sua atuação reforçará a articulação entre as demandas dos cidadãos e as propostas legislativas, visando ampliar a representatividade e efetividade das políticas públicas voltadas à inclusão.

Impactos e Expectativas Futuras

A consolidação de um instrumento normativo robusto que não só vai organizar e simplificar o atual arcabouço legal, mas também identificar lacunas e sobreposições que precisam ser ajustadas para garantir a efetividade dos direitos. O CBI terá, de forma sistematizada, dispositivos que abrangem direitos fundamentais – da proteção à saúde à garantia de um ambiente de trabalho inclusivo –, evidenciando o compromisso do legislador em transformar a teoria em prática e promover uma cidadania plena.

O desafio maior passa pela operacionalização desse complexo sistema legislativo, que exige a integração de diversos setores do governo e a participação ativa da sociedade civil. A expectativa é que, com a implementação do CBI, sejam criados mecanismos mais ágeis e transparentes para o acesso aos direitos, beneficiando não só as pessoas com deficiência, mas toda a estrutura de políticas públicas dedicadas à inclusão.

A iniciativa não propõe inovações ou a retirada de direitos, mas sim a reformulação de uma legislação extensa e pouco clara. Para isso, um grupo de trabalho, já ativo na Câmara Federal, foi incumbido de organizar todo o conteúdo legal, com um prazo médio de 30 dias para apresentar os resultados. O trabalho envolverá audiências públicas e reuniões simultâneas em todas as capitais brasileiras, em um dia específico dedicado exclusivamente a promover a participação da sociedade. Além disso, o texto consolidado será disponibilizado online, permitindo que cidadãos e especialistas façam sugestões para aprimoramento da lei.

Participação e Inclusão no Coração do Projeto

Reforçando o princípio “nada sobre nós sem nós”, o processo contará com a efetiva participação de pessoas com deficiência e de seus representantes, assegurando que os novos dispositivos atendam às reais necessidades da comunidade. Esse engajamento é fundamental para que o projeto não se limite a uma mera reformulação técnica, mas se traduza em efetiva inclusão e melhoria de acesso a direitos essenciais, como saúde, educação, diagnóstico precoce e inserção no mercado de trabalho.

A consolidação das leis adquiriu uma dimensão ainda mais pessoal para alguns parlamentares envolvidos no projeto. O deputado Duarte Jr (PSB-MA), presidente da CPD, que vive a realidade do dia a dia como pai de uma criança com trissomia do cromossomo 21, destaca o caráter emocional e a importância de garantir dignidade e oportunidades para as pessoas com deficiência. Esse sentimento é compartilhado por diversos membros da Casa, que enxergam na simplificação legislativa uma forma de transformar direitos em ação concreta, superando barreiras históricas e burocráticas.

Para acelerar a tramitação do projeto e superar os desafios inerentes à coordenação interinstitucional, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e outros líderes parlamentares têm enfatizado a necessidade de uma parceria sólida entre a Câmara e o Senado. Essa colaboração é crucial para evitar atrasos e garantir que a consolidação legislativa aconteça de forma ágil, eficaz e transparente para toda a sociedade brasileira.

A consolidação das leis de inclusão é vista como um passo decisivo para transformar a realidade de milhares de brasileiros, tornando o acesso aos direitos não apenas uma promessa legal, mas uma realidade prática e cotidiana. Com a participação ativa da sociedade e o compromisso dos legisladores, o projeto promete ser um marco na luta por uma inclusão verdadeiramente efetiva no Brasil.

Em resumo, o CBI constitui um instrumento vital na luta por uma sociedade mais justa e acessível. Ao unir dados históricos e estratégias de participação popular, o projeto promete revolucionar a forma como as políticas de inclusão são implementadas, transformando a legislação em um verdadeiro instrumento de cidadania e respeito à diversidade no Brasil.

Foto: Divulgação

Corregedoria de Justiça e Polícia Civil atuarão de forma integrada na repressão a crimes cibernéticos

A Corregedoria-Geral de Justiça do Amazonas (CGJ-AM) e a Polícia Civil vão trabalhar de forma integrada na repressão a crimes cibernéticos. Um dos focos do trabalho integrado entre as duas instituições será o de repressão a crimes como os de tentativa de “golpes” por meio dos quais, pessoas utilizando-se de artifícios criminosos fazem uso de aplicativos de mensagens via celular para solicitar, de maneira fraudulenta, o repasse de valores financeiros.

O combate e repressão a golpes tipificados como o de “falso advogado” foram pautas de uma reunião realizada nesta semana, em Manaus, pelo corregedor-geral de Justiça do Amazonas, desembargador José Hamilton Saraiva dos Santos e o delegado da Polícia Civil titular da Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos, Henrique Brasil.

Conforme relatado pelo delegado Henrique Brasil durante a reunião, uma das modalidades de “golpes” com alta incidência, tem sido aqueles em que criminosos, fazendo uso de aplicativos de mensagens de celular, se passam por profissionais como advogados e abordam as pessoas, requisitando destas, de forma indevida e fraudulenta, pagamentos de valores financeiros de supostos alvarás, custas judiciais e outros.

De acordo com o desembargador José Hamilton Saraiva dos Santos, no que compete à Corregedoria-Geral de Justiça, medidas administrativas serão tomadas na tentativa de coibir esse tipo de crime no Amazonas assim como para contribuir e dar maior agilidade ao trabalho investigativo realizado pela Polícia Civil.

“Medidas administrativas serão intensificadas pelo Poder Judiciário Estadual a partir da ação da Corregedoria-Geral de Justiça e algumas destas medidas foram alinhadas já nesta reunião com o delegado Henrique Brasil. Os próximos passos, a partir da formalização das demandas apresentadas pela Polícia Civil, serão: a realização de reuniões internas com setores técnicos do Tribunal de Justiça; a definição de um plano de ação e a formalização de um acordo de cooperação técnica com a Delegacia Geral. O objetivo será a repressão e a prevenção a este tipo de crime”, afirmou o desembargador José Hamilton Saraiva dos Santos.

Conforme relatado na reunião pelo delegado Henrique Brasil, a incidência desta modalidade de crime – notadamente o de pessoas que se passam por “falsos advogados” – tem crescido exponencialmente e medidas integradas entre órgãos como a Polícia Civil e o Poder Judiciário, são imprescindíveis para o êxito do trabalho de repressão.

Foto: Chico Batata

INSS: Câmara aprova projeto de lei que define prazos para análise e concessão de benefícios

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (09/04), o projeto de lei nº 4.365/2021, que estabelece prazos máximos para a análise e concessão de benefícios previdenciários e assistenciais pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Se aprovado no Senado, a matéria pode contribuir para a redução da fila de espera do órgão, com mais de dois milhões de brasileiros, de acordo com dados divulgados em dezembro.

A proposta, de autoria do deputado federal Sidney Leite (PSD-AM) teve parecer favorável da relatora, deputada Laura Carneiro (PSD-RJ). Pelo texto aprovado, o INSS deverá analisar os pedidos de aposentadorias, pensões e auxílios em prazos que variam de 30 a 90 dias, a depender da complexidade do benefício.

De acordo com o parlamentar, o objetivo é dar celeridade à análise dos processos e combater as longas filas enfrentadas pelos segurados do sistema previdenciário. “Entendo que estamos fazendo Justiça Social em garantir o direito daqueles que possam acessar esse benefício e garantir seus direitos, como à cidadania, especialmente para aquelas famílias que tem apenas essa renda ou esta referência de renda”, afirmou o parlamentar do Amazonas.

Pelo texto, os processos passariam a ter os seguintes prazos:

• Aposentadorias (exceto por incapacidade permanente) e benefício de prestação continuada: até 90 dias;
• Aposentadoria por incapacidade permanente e benefício por incapacidade temporária (inclusive acidentários): até 45 dias;
• Pensão por morte, auxílio-acidente e auxílio-reclusão: até 60 dias;
• Salário-maternidade: até 30 dias.

O projeto também prevê a concessão provisória do benefício, no valor de um salário mínimo, caso os prazos não sejam cumpridos.

Histórico

A proposta baseia-se em acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021, que estabeleceu prazos semelhantes entre o INSS, o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União. Segundo dados apresentados na justificativa do projeto, mais de 1,7 milhão de pedidos estavam na fila do INSS em dezembro de 2020, muitos deles sem análise sequer inicial.

Na CCJ, a relatora considerou o projeto constitucional, juridicamente adequado e bem redigido, destacando que ele respeita o princípio da eficiência da administração pública, previsto no artigo 37 da Constituição Federal.

Foto: Divulgação