sexta-feira, dezembro 26, 2025
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Mendonça vota a favor da revisão da vida toda

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou na segunda-feira (9) a favor da revisão da vida toda das aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A manifestação do ministro foi proferida durante o julgamento virtual no qual a Corte analisa um recurso do INSS para aplicar o entendimento da Corte que vetou a revisão dos benefícios aos processos que estão em tramitação na Justiça.

No voto divergente apresentado, Mendonça entendeu que os aposentados têm direito à revisão, mas estabeleceu balizas para o reconhecimento do recálculo. Entre as condições estão a possibilidade de revisão para benefícios extintos, o ajuizamento de ação rescisória para recebimento nos processos que transitaram em julgado antes de 17 de dezembro de 2019 e o pagamento de diferença de valores anteriores a 17 de dezembro de 2019.  

Apesar do voto favorável de Mendonça aos aposentados, o placar do julgamento está 2 votos a 1 pelo não reconhecimento da revisão da vida toda.

Na sexta-feira (6), quando o julgamento foi iniciado, o ministro Alexandre de Moraes decidiu que, após a decisão do plenário contrária aos aposentados, deve ser aplicada a nova tese dos processos que aguardavam a decisão final da Corte. 

Mais cedo, o voto de Moraes foi acompanhado pelo ministro Cristiano Zanin.

O julgamento prossegue no plenário virtual da Corte e será finalizado na sexta-feira (13).

Entenda

Em março do ano passado, o Supremo decidiu que os aposentados não têm direito de optar pela regra mais favorável para recálculo do benefício.

A decisão anulou outra deliberação da Corte favorável à revisão da vida toda.

A reviravolta ocorreu porque os ministros julgaram duas ações de inconstitucionalidade contra a Lei dos Planos de Benefícios da Previdência Social (Lei 8.213/1991), e não o recurso extraordinário no qual os aposentados ganharam o direito à revisão.

Agora, a Corte julga o recurso do INSS para o resultado obtido no julgamento seja aplicado ao recurso extraordinário e, consequentemente, às ações que tramitam em todo o país sobre a questão. 

Fonte: Agência Brasil

X recorre ao STF contra suspensão de perfis de Carla Zambelli

A rede social X apresentou na segunda-feira (9) recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar a decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou o bloqueio dos perfis da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Na semana passada, Moraes autorizou a suspensão dos perfis ao determinar a prisão da parlamentar, que fugiu para a Itália para evitar o cumprimento da condenação a dez anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023.

Apesar de cumprir a decisão do ministro, o escritório de advocacia que representa a rede social no Brasil questionou a possibilidade de bloqueio integral dos perfis de usuários e defendeu que somente as mensagens consideradas ilegais sejam retiradas ao ar.

Além disso, a plataforma disse que um dos perfis indicados para realização de bloqueio “parece não estar relacionada a Carla Zambelli”.

“Ao vedar expressa e peremptoriamente toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística, o artigo 220, § 2º da Constituição Federal, proíbe a autoridade de controlar e impedir a veiculação da informação por quaisquer meios de comunicação”, disse o X.

No sábado (7), Moraes determinou a execução imediata da condenação da deputada Carla Zambelli. A decisão foi tomada após a Primeira Turma da Corte negar, por unanimidade, recurso apresentado pela defesa da parlamentar para anular a condenação.

Fonte: Agência Brasil

Ativistas são transferidos para Tel Aviv

Os ativistas pró-Palestina que seguiam a bordo do veleiro Madleen, interceptado por Israel quando tentava alcançar a Faixa de Gaza, foram transferidos para o aeroporto de Tel Aviv para serem repatriados, anunciou a diplomacia israelense nesta terça-feira (10).

“Os que se recusarem a assinar os documentos de expulsão e a abandonar Israel serão apresentados a uma autoridade judicial, de acordo com a lei israelita, para que seja autorizada a sua expulsão”, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, na rede social X, acrescentando que os ativistas se encontravam no aeroporto com os cônsules dos respectivos países.

O Madleen, com 12 ativistas a bordo, incluindo a ativista sueca Greta Thunberg, foi interceptado na manhã de segunda-feira (9), quando tentava chegar à Faixa de Gaza com ajuda humanitária. O veleiro chegou na noite de segunda-feira ao porto israelense de Ashdod, escoltado por dois navios da marinha de guerra de Israel.

A Coligação da Flotilha da Liberdade (FFC, na sigla em inglês), que fretou o barco, confirmou que os militantes estavam sob custódia das autoridades israelenses e que “poderiam ser autorizados a partir de Tel Aviv”. “Continuamos a exigir a libertação imediata de todos os voluntários”, escreveu a organização na mesma plataforma, considerando que a detenção é “ilegal” e “viola o direito internacional”.

O veleiro, com cidadãos franceses, alemães, brasileiros, turcos, suecos, espanhóis e holandeses a bordo, partiu da Itália em 1º de junho com o objetivo de “romper o bloqueio israelense” à Faixa de Gaza, que enfrenta uma grave crise humanitária após mais de 20 meses de guerra, desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 contra Israel.

Entre os tripulantes estavam o brasileiro Thiago Ávila, a eurodeputada franco-palestina Rima Hassan e dois jornalistas. A FFC, criada em 2010, é um movimento internacional não violento de apoio aos palestinos, combinando ações de ajuda humanitária com protesto político contra o bloqueio imposto à Faixa de Gaza.

Imagens partilhadas pela organização mostram os ativistas com coletes salva-vidas de cor laranja, de mãos no ar no momento da interceptação, alguns a entregar os telemóveis, conforme instruções recebidas. Pouco antes, alguns lançaram os aparelhos ao mar.

A França afirmou ter transmitido “todas as mensagens” a Israel para garantir a “proteção” dos seus seis cidadãos a bordo e para que “possam regressar a solo francês”, declarou na segunda-feira o presidente Emmanuel Macron, classificando o bloqueio humanitário a Gaza como um “escândalo”. A Turquia condenou a operação israelense, classificando-a como um “ataque odioso” e uma “violação flagrante do direito internacional”.

O governo brasileiro também se manifestou na segunda-feira. Em nota, o Itamaraty destacou que “acompanha com atenção a interceptação, pela Marinha israelense, da embarcação Madleen” e instou o governo israelense a libertar os tripulantes detidos, recordando o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais. O Brasil também reforçou “a necessidade de que Israel remova imediatamente todas as restrições à entrada de ajuda humanitária em território palestino, de acordo com suas obrigações como potência ocupante”.

Em 2010, uma flotilha internacional com cerca de 700 passageiros, partida da Turquia com o mesmo objetivo de romper o bloqueio a Gaza, foi travada por uma operação militar israelense que resultou na morte de 10 ativistas.

O governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, acusou na segunda-feira Greta Thunberg e os outros ativistas de encenarem uma “provocação midiática com o único objetivo de se autopromoverem”. Israel enfrenta uma crescente pressão internacional para pôr fim à guerra. Segundo a ONU, os bombardeios diários destruíram grande parte da Faixa de Gaza, onde a população está em risco de fome devido ao cerco e às severas restrições à entrada de ajuda humanitária.

Fonte: Agência Brasil

STF inicia 2º dia de interrogatórios da trama golpista

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (10), às 9h (horário de Brasília), o segundo dia de interrogatórios dos réus do núcleo 1 da trama golpista ocorrida durante o governo de Jair Bolsonaro.

O primeiro depoimento será do ex-comandante da Marinha Almir Garnier. De acordo com investigações da Polícia Federal (PF), o almirante teria colocado suas tropas à disposição de Bolsonaro para ações golpistas.

A fala do militar teria ocorrido durante reunião realizada em 2022 com os comandantes das Forças Armadas. Durante o encontro, Bolsonaro apresentou estudos para decretação de estado de sítio e de operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em seguida, os demais réus serão interrogados pelo ministro Alexandre de Moraes em ordem alfabética. A audiência está prevista para ser encerrada às 20h.

Confira a ordem dos depoimentos:

Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;

Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;

Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

Walter Braga Netto, general de Exército e ex-ministro de Bolsonaro.

Primeiro dia

Ontem (9), no primeiro dia de interrogatório, foram ouvidos o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem sobre as acusações de participação na trama.

Cid confirmou que esteve presente em reunião na qual foi apresentado ao ex-presidente Jair Bolsonaro documento que previa a decretação de medidas de estado de sítio e prisão de ministros do STF.

O militar também confirmou que recebeu dinheiro do general Braga Netto para que fosse repassado ao major do Exército Rafael de Oliveira, integrante dos kids-pretos, esquadrão de elite da força.

Ramagem negou ter usado o órgão para monitorar ilegalmente a rotina de ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o governo de Jair Bolsonaro.

Interrogatórios

Até a próxima sexta-feira (13), Alexandre de Moraes vai interrogar presencialmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, Braga Netto e mais seis réus acusados de participar do “núcleo crucial” de uma trama para impedir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o resultado das eleições de 2022.

O interrogatório dos réus é uma das últimas fases da ação penal. A expectativa é de que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus ocorra no segundo semestre deste ano.

Em caso de condenação, as penas passam de 30 anos de prisão. 

Fonte: Agência Brasil

Governo prepara MP para recalibrar IOF e aumentar arrecadação

O governo federal enviará ao Congresso Nacional uma medida provisória (MP) voltada para o mercado financeiro, anunciou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na noite deste domingo (8), depois de reunião com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

“É uma medida que corrige distorções no sistema de crédito, na cobrança de impostos de rendimentos sobre títulos e temas afins. Inclusive vai entrar um aspecto na questão das bets”, disse Haddad. “O que essa medida provisória vai nos permitir? Recalibrar o decreto do IOF [Imposto sobre Operações Financeiras], fazendo com que sua dimensão regulatória seja o foco da nova versão e possamos reduzir as alíquotas previstas no decreto original, que vai ser reformado conjuntamente”.

Entre as mudanças, segundo Haddad, está o fim da parte fixa do risco sacado e a recalibração da parte diária. “Todos os itens [do decreto de mudança do IOF] vão ser revistos”, disse.

O ministro afirmou ainda que a MP passará a cobrar tributo de 18% sobre o Gross Gaming Revenue (GGR) das empresas de apostas (ou seja, sobre a diferença entre o que as bets arrecadam e aquilo que elas pagam de prêmio), em vez dos 12% cobrados atualmente. Além disso, a medida tributará títulos que hoje são isentos, como LCA e LCI, em 5%.

“Eles [esses títulos] continuarão a manter uma distância grande em relação aos títulos públicos em geral [em termos de taxação], mas não permanecerão mais isentos, porque estão criando uma distorção no mercado de crédito no Brasil, inclusive com dificuldades para o Tesouro Nacional”.

A Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) cobrada de instituições financeiras passará a ser de 15% ou 20%. A taxa de 9% não existirá mais.

Haddad explicou ainda que há um compromisso de reduzir gastos tributários em pelo menos 10% de natureza infraconstitucional e de conversar, com o Congresso, sobre gastos primários.

“A questão do gasto primário, tem muitas iniciativas que já mandamos para o Congresso. Algumas já estão em tramitação. O que nos dispusemos a fazer é fazer uma nova reunião sobre gasto primário, mas já tendo um feedback das bancadas sobre os temas que vão ser enfrentados”.

O ministro explicou que mostrou ao Congresso as evoluções de despesas obrigatórias, contratadas no passado por governos, que hoje estão pressionando as receitas da União.

“São despesas contratadas quatro, cinco, seis anos atrás e que a conta está chegando sem que a fonte de financiamento dessa despesa tenha sido contratada no mesmo momento”, disse. “Às vezes eu vejo no jornal: ‘está tendo uma gastança’. Mas quando foi contratado o gasto? Qual era a previsibilidade que nós tínhamos?”

Congresso

O presidente da Câmara, Hugo Motta, disse que o decreto do IOF causou um grande incômodo no Congresso Nacional. “Tanto na Câmara como no Senado, o ambiente se tornou muito adverso a essa medida. E nós colocamos que essa medida precisaria ser revista. Com o governo, atendendo a posição do presidente do Senado e do presidente da Câmara, hoje trouxe essa alternativa, de que o decreto será refeito, com uma calibragem diminuindo de forma significativa seus efeitos”.

Segundo Motta, a MP traz uma compensação financeira para o governo, mas “muito menos danosa do que seria a continuidade do decreto do IOF, como foi proposto de forma inicial”.

O presidente da Câmara afirmou ainda que o Congresso fará, nos próximos dias, uma revisão das medidas de isenção fiscal, que segundo o governo federal, pode chegar a R$ 800 bilhões.

Fonte: Agência Brasil

Estados Unidos começa a proibir entrada de países

O decreto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que proíbe viagens de cidadãos de 12 países para o território norte-americano entra em vigor às 1h01 (horário de Brasília) de segunda-feira, em uma medida anunciada pelo presidente para proteger o país de “terroristas estrangeiros”. Os países afetados pela proibição são Afeganistão, Mianmar, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen. A entrada de pessoas de outros sete países – Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela – será parcialmente restrita.

Trump disse que esses países abrigam uma “presença em larga escala de terroristas”, não cooperam com a segurança de vistos, não têm capacidade de verificar as identidades dos viajantes, bem como possuem registros inadequados de históricos criminais e altas taxas de permanência acima do permitido nos EUA.

Autoridades e residentes de países cujos cidadãos serão banidos em breve expressaram consternação e descrença. O presidente do Chade, Mahamat Idriss Déby Itno, disse que havia instruído seu governo a parar de conceder vistos a cidadãos norte-americanos em resposta à ação de Trump. “O Chade não tem aviões para oferecer nem bilhões de dólares para dar, mas o Chade tem sua dignidade e seu orgulho”, disse ele em uma publicação no Facebook, referindo-se a países como o Catar, que presenteou os EUA com um avião de luxo para uso de Trump e prometeu investir bilhões de dólares nos EUA.

Parlamentares democratas também expressaram preocupação com as políticas. “A proibição de viagem de Trump para cidadãos de mais de 12 países é draconiana e inconstitucional”, disse o deputado Ro Khanna nas redes sociais na quinta-feira.

Países com proibição total de entrada

Os 12 países cujos cidadãos estão completamente impedidos de entrar nos Estados Unidos, seja para fins de imigração ou não imigração (como turismo, negócios ou estudo), são:

  1. Afeganistão
    • Motivo: Citado por abrigar uma “presença em larga escala de terroristas”, devido ao controle do Talibã, classificado como um grupo terrorista global designado (SDGT). Há falta de uma autoridade central confiável para emissão de passaportes e verificação de identidades.
    • Impacto: Muitos afegãos receberam vistos de imigrante especiais (Special Immigrant Visas) por colaborarem com o governo dos EUA durante a guerra. Esses vistos estão isentos da proibição. Em 2024, a maioria dos vistos emitidos para afegãos foram de imigração.
  2. Mianmar (Birmânia)
    • Motivo: Alta taxa de overstays (permanência além do período autorizado pelo visto) e falta de cooperação com os EUA na devolução de cidadãos deportados. Também citado por deficiências na emissão de documentos de identidade.
    • Impacto: Afeta programas de intercâmbio, como o caso de uma professora de Mianmar que planejava participar de um programa do Departamento de Estado dos EUA.
  3. Chade
    • Motivo: Alta taxa de overstays (49,54% em 2023 para vistos de negócios e turismo, segundo o Departamento de Segurança Interna dos EUA) e falta de cooperação na aceitação de cidadãos deportados.
    • Impacto: O presidente do Chade, Mahamat Idriss Déby Itno, anunciou a suspensão de vistos para cidadãos norte-americanos em retaliação, destacando a “dignidade e orgulho” do país.
  4. República do Congo
    • Motivo: Falta de competência na emissão de passaportes e documentos civis, além de altas taxas de overstays.
    • Impacto: Em 2024, a maioria dos vistos emitidos para cidadãos da República do Congo foram para turismo, negócios ou estudo. A proibição afeta principalmente esses viajantes.
  5. Guiné Equatorial
    • Motivo: Deficiência na verificação de identidades e emissão de documentos, além de altas taxas de overstays.
    • Impacto: Poucos vistos são emitidos anualmente, mas a proibição impacta viajantes de negócios e turismo.
  6. Eritreia
    • Motivo: Falta de cooperação na aceitação de cidadãos deportados, registros inadequados de históricos criminais e altas taxas de overstays.
    • Impacto: Incluída na lista devido a questões de segurança e falta de autoridade central confiável.
  7. Haiti
    • Motivo: Ausência de autoridade central para questões de aplicação da lei e emissão de documentos, além de altas taxas de overstays. O país enfrenta violência de gangues, o que agrava a percepção de risco.
    • Impacto: Afeta significativamente famílias e crianças doentes que buscam tratamento ou reunificação nos EUA. Em 2024, cerca de 66.563 haitianos entraram nos EUA, e a proibição pode agravar a crise humanitária no país.
  8. Irã
    • Motivo: Acusado de ser uma “fonte significativa de terrorismo” e de não cooperar com os EUA em questões de segurança ou aceitação de deportados.
    • Impacto: Vistos de imigração para minorias étnicas e religiosas perseguidas no Irã estão isentos. O Irã foi alvo de proibições anteriores na primeira administração Trump.
  9. Líbia
    • Motivo: Falta de autoridade central confiável para emissão de passaportes e vetting, além de presença de atividades terroristas.
    • Impacto: Poucos vistos são emitidos, mas a proibição afeta viajantes de turismo e negócios.
  10. Somália
    • Motivo: Considerada um “refúgio seguro para terroristas” devido à falta de controle territorial pelo governo, além de não aceitar cidadãos deportados.
    • Impacto: A maioria dos vistos emitidos em 2024 foram de imigração. A proibição afeta famílias e trabalhadores qualificados.
  11. Sudão
    • Motivo: Presença de terroristas, altas taxas de overstays e falta de cooperação na aceitação de deportados. O Sudão está no topo da lista de crises humanitárias do International Rescue Committee (IRC).
    • Impacto: Afeta famílias de refugiados e imigrantes, agravando a maior crise humanitária registrada.
  12. Iêmen
    • Motivo: Falta de controle territorial devido à guerra civil e operações militares dos EUA contra os Houthis, além de deficiências na emissão de documentos.
    • Impacto: A maioria dos vistos emitidos em 2024 foram de imigração, especialmente para parentes próximos de cidadãos americanos.

Países com restrições parciais

Os sete países cujos cidadãos enfrentam restrições parciais, com suspensão de vistos de imigração e vistos não imigratórios específicos (B-1, B-2, B-1/B-2, F, M e J, que cobrem turismo, negócios, estudos e intercâmbio), são:

  1. Burundi
    • Motivo: Altas taxas de overstays e questões de segurança.
    • Impacto: Afeta estudantes e turistas, com cerca de 45.000 vistos (incluindo 69.000 temporários) emitidos em 2024 para os sete países com restrições parciais.
  2. Cuba
    • Motivo: Falta de cooperação com os EUA e questões de segurança.
    • Impacto: A proibição parcial afeta vistos de turismo e estudo, mas não outras categorias de vistos de trabalho.
  3. Laos
    • Motivo: Falta de cooperação na devolução de cidadãos deportados e altas taxas de overstays.
    • Impacto: Limita opções para estudantes e turistas.
  4. Serra Leoa
    • Motivo: Altas taxas de overstays e deficiências na emissão de documentos.
    • Impacto: Afeta principalmente viajantes de turismo e negócios.
  5. Togo
    • Motivo: Altas taxas de overstays e questões de segurança na emissão de documentos.
    • Impacto: Restrições em vistos de estudante e turismo.
  6. Turcomenistão
    • Motivo: Altas taxas de overstays e falta de cooperação em segurança de vistos.
    • Impacto: Limita mobilidade para estudantes e visitantes de curto prazo.
  7. Venezuela
    • Motivo: Falta de uma autoridade central competente para emissão de passaportes e documentos, além de altas taxas de overstays.
    • Impacto: Com cerca de 250.234 venezuelanos entrando nos EUA em 2022, a restrição parcial afeta significativamente vistos de turismo, negócios e estudo. A inclusão da Venezuela é notável devido a recentes esforços de reaproximação diplomática com os EUA.

Foto: Reprodução/Fonte: Agência Brasil/Reuters

Começam a ser ouvidos os réus do núcleo 1 da trama golpista

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (9), às 14h, os interrogatórios dos réus do núcleo 1 da trama golpista ocorrida durante o governo de Jair Bolsonaro.

Os depoimentos serão realizados pelo próximos cinco dias na sala da Primeira Turma da Corte e serão transmitidos ao vivo pela TV Justiça.

Entre os dias 9 e 13 de junho, o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, vai interrogar presencialmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Braga Netto e mais seis réus acusados de participarem do “núcleo crucial” de uma trama para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o resultado das eleições de 2022.

Nesta segunda-feira, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator nas investigações, será o primeiro a depor.

No dias seguintes, a partir das 9h, os demais réus serão chamados, por ordem alfabética, para serem interrogados por Moraes.

Durante as oitivas, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e as defesas dos demais acusados também poderão fazer perguntas aos acusados.

O único réu que irá depor por videoconferência será o general Braga Netto. Vice na chapa de Bolsonaro em 2022, o militar da reserva está preso desde dezembro do ano passado sob a acusação de obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado e obter detalhes da delação de Mauro Cid. 

Confira a ordem dos depoimentos:

 Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;

 Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);

 Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

 Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;

 Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;

 Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;

 Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

 Walter Braga Netto. 

Os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

O interrogatório dos réus é uma das últimas fases da ação penal. A expectativa é de que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus ocorra no segundo semestre deste ano. Em caso de condenação, as penas passam de 30 anos de prisão. 

Por estarem na condição de réus, os acusados poderão se recusar a responder perguntas que possam incriminá-los. A Constituição garante aos investigados o direito de não produzir provas contra si.

Fonte: Agência Brasil

Haddad apresenta alternativas ao aumento do IOF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou a líderes partidários uma Medida Provisória com ajustes no setor financeiro como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Segundo Haddad, pela proposta, todos os títulos de investimento que hoje são isentos de imposto de renda terão uma alíquota de 5%.

“Eles ainda vão manter uma distância com os títulos públicos em geral mas não permanecerão isentos, pois estão criando uma distorção no mercado de crédito no Brasil”, disse.

O governo ainda propôs uma alteração na alíquota das bets, casas de apostas esportivas, como alternativa.

Segundo o ministro, com essas medidas, será possível “recalibrar” o decreto do IOF. Essas duas medidas serão incluída na mesma MP .

A proposta foi discutida na noite deste domingo (8), em reunião com parlamentares da base do governo na residência oficial da presidência da Câmara. Segundo relatos, a ideia foi bem recebida pelos presentes.

O aumento do IOF, que visa arrecadar R$ 18 bilhões este ano, gerou forte reação no Congresso e abriu um impasse entre o governo e o Legislativo.

Parlamentares reclamaram da falta de diálogo prévio e ameaçaram derrubar o decreto, aprovado sem consulta ao Congresso. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), chegaram a dar um prazo de dez dias para que o governo apresentasse uma alternativa viável à medida.

A insatisfação levou à convocação da reunião deste domingo, em que o Executivo buscou recompor o diálogo com os líderes e preservar a arrecadação estimada com o decreto.

Fonte: CNN Brasil / Foto: Reprodução

Equipe econômica apresentará alternativas ao IOF

Após cerca de dez dias de debates, a equipe econômica apresentará neste domingo (7) aos líderes partidários as alternativas para o decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O encontro ocorrerá na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, com a presença prevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

Na semana passada, Haddad afirmou que o pacote deve incluir um projeto de lei, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) e “provavelmente” uma medida provisória. Segundo o ministro, a equipe econômica pretende concluir os detalhes das medidas na segunda-feira (9), para apresentar as propostas na terça-feira (10).

Neste sábado (7), o presidente da Câmara, Hugo Motta, defendeu um debate sobre benefícios fiscais.

“Isenções essas que chegam a um número não mais possível de suportar pelas contas do nosso país. Isenções essas que não têm o mínimo de acompanhamento sobre o retorno e a contrapartida que deve ser dada por quem as recebe à nossa sociedade e à nossa população”, declarou Motta em evento com empresários e políticos em Guarujá (SP).

O deputado também defendeu a realização de uma reforma administrativa, mas não entrou em detalhes sobre as propostas.

“Modernizar para que, ao menor custo, se consiga entregar serviços de mais qualidade à nossa população. É essa, sem dúvida alguma, a principal missão dessa reforma administrativa que queremos para o Estado brasileiro”, acrescentou.

Em entrevista a jornalistas na saída do evento, Motta disse que não descarta a possibilidade de pautar a votação do projeto que derruba o decreto que aumentou o IOF. Segundo ele, a medida dependerá do resultado da reunião deste domingo. “Vamos amanhã, após a apresentação das medidas do governo, decidir sobre o PDL [projeto de decreto legislativo], que pode entrar na pauta na próxima terça-feira”, declarou Motta.

Revisão do decreto

Na semana passada, Haddad afirmou que parte do decreto que elevou as alíquotas de IOF pode ser revista. Isso, porque somente após o desenho final das medidas o governo saberá o quanto arrecadará para poder compensar a alta do IOF anunciada há duas semanas, sem descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e o arcabouço fiscal.

“Preciso de pelo menos parte das medidas para rever o decreto. Tenho a Lei de Responsabilidade Fiscal, o arcabouço [fiscal], uma série de constrangimentos legais que me impõem uma obrigação que tenho que cumprir. No que diz respeito ao ano que vem, temos liberdade. No que diz respeito a esse ano, preciso aguardar uma reunião com os líderes para uma definição definitiva”, justificou Haddad na última terça-feira (3).

Fonte: Agência Brasil

Brasil e Angola buscam diversificar comércio

O governo brasileiro busca uma reaproximação com a Angola por meio da diversificação da pauta comercial para além do agronegócio e do petróleo, setores que dominam a relação bilateral. O fluxo de comércio entre os países caiu após 2015 em função dos efeitos da Operação Lava Jato, da competitividade da China e de crises econômicas.

Com uma história inicialmente conectada pelo comércio de trabalhadores escravizados – Angola foi a principal fonte de mão de obra escrava do Brasil – o país hoje de 36 milhões de habitantes, que tem o português como língua oficial, abriga a maior comunidade de brasileiros vivendo na África: cerca de 30 mil pessoas.

Na primeira viagem à África no atual mandato, em agosto de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou Luanda, a capital, com objetivo de ampliar as trocas comerciais.

“Começamos por um país que sempre foi nossa maior ponte com esse continente irmão. Nos últimos anos, o Brasil tratou os países africanos com indiferença. Vamos corrigir esses erros. E vamos alçar nossa parceria estratégica a um novo patamar. O Brasil quer apoiar Angola no esforço de diversificar sua economia”, disse o presidente.

Na ocasião, foram assinados acordos de cooperação em áreas como turismo, educação, saúde, agricultura e exportação. Lula ainda inaugurou a galeria Ovídio de Andrade Melo, em Luanda, centro cultural ligado ao Itamaraty dedicado à arte e cultura brasileira e angolana.

A atenção especial dada à Angola no terceiro mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva foi coroada com a inauguração do Consulado-Geral do Brasil em Luanda, capital do país, em fevereiro deste ano. É o único consulado-geral do país na África.

Visita a Brasília

Em 23 de maio deste ano, foi a vez de o presidente de Angola, João Lourenço, visitar Brasília, no marco dos 50 anos da independência do país africano, sendo o Brasil a primeira nação a reconhecer Angola após a libertação do colonialismo português, em 1975.

“Nós constatamos que, efetivamente, o Brasil está de volta à África. E o exemplo disso é que, nesse período de cerca de dois anos, conhecemos uma intensa troca de delegações, da Angola para o Brasil e do Brasil para Angola”, afirmou João Lourenço.

Na ocasião, foi anunciado acordo nas áreas de defesa e segurança. “A Embraer está à disposição para a restauração da frota angolana de aeronaves Super Tucano e o fornecimento de aeronaves adicionais”, disse Lula.

O professor de história da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Gilberto da Silva Guizelin, que estuda as relações Brasil-Angola, avalia que a reaproximação do Brasil foi significativa no atual mandato.

“Com o impeachment e os governos Temer Bolsonaro, há praticamente um congelamento dessas relações. Ambos os governos vão fechar embaixadas e postos diplomáticos no continente africano. Nem Temer nem Bolsonaro fizeram uma única viagem à África. Tem viagem de ministros, mas não há uma diplomacia presidencial, como a gente verificou no governo Lula, por exemplo, e no governo José Sarney”, destacou o especialista.

Fluxo comercial

O fluxo comercial entre os países, desde o fim do tráfico de escravos, sempre foi residual. A partir do primeiro governo Lula, ultrapassa a marca de US$ 1 bilhão, chegando ao ápice de US$ 4 bilhões em 2008, com uma queda grande a partir de 2015 (US$ 0,67 bilhão).

Atualmente, Angola representa o destino de apenas 0,2% do total exportado pelo Brasil, sendo apenas 0,4% das nossas importações, segundo dados de 2024.

A professora de relações internacionais da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Elga Lessa de Almeida explicou que a relação comercial entre os dois países nas últimas décadas esteve pautada pelas oscilações do mercado de petróleo.

“Quando você pega o gráfico do preço do petróleo, ele vai fazer o movimento igualzinho. É uma relação comercial muito dependente do petróleo porque essa é a principal riqueza de Angola, que ainda é muito dependente do petróleo”, explicou a especialista.

As exportações de Angola para o Brasil são formadas por óleos brutos de petróleo (94%) e óleos combustíveis de petróleo (6,2%), principalmente. Já as exportações brasileiras para o país africano são principalmente de carnes bovinas, suínas e de aves congeladas ou refrigeradas (30%), açúcares e melaços (23%), entre outros.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a queda na corrente comercial entre Brasil e Angola em 2015 pode ser explicada, em grande parte, pelas crises econômicas enfrentadas por ambos os países à época, acompanhadas pela queda no preço do petróleo no período.

“Isso pode ter impactado a capacidade de importação de Angola. Já o crescimento de 143% entre 2021 e 2022 pode ser atribuído à recuperação econômica pós-pandemia, com retomada da demanda global e regional”, informou, em nota, a pasta.

O MDIC espera que o volume de comércio entre Brasil e Angola continue a se expandir nos próximos anos. “Entre os principais desafios estão questões estruturais, como a limitação da capacidade de pagamento e financiamento por parte dos importadores angolanos, além de barreiras logísticas e operacionais”, informou o ministério.

Lava Jato e China

A queda no fluxo comercial entre Brasil e Angola a partir de 2015 esteve vinculada à baixa nos preços do petróleo naquele período – o que jogou também a Venezuela em crise –, além das repercussões da Lava Jato nas construtoras brasileiras e da expansão da influência econômica da China no continente africano.

O professor Gilberto da Silva Guizelin destacou que houve certo afastamento político e diplomático com a África a partir do governo de Dilma Rousseff, que deu maior atenção ao Brics.

“Além de ser um reflexo desse esfriamento político, é um reflexo da campanha da Lava Jato, porque a Odebrecht, a Andrade Gutierrez, todas essas construtoras, vão ser envolvidas na investigação da Lava Jato, e os acordos que elas tinham com Angola vão ser listados nesses processos. A Odebrecht vai chegar a pedir falência”, lembrou.

O historiador explicou que as construtoras brasileiras precisavam do financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para operar no exterior. Com a Lava Jato, parte desse financiamento foi cortada.

Em 2015, o BNDES suspendeu os desembolsos para exportações de bens e serviços de engenharia de construtoras brasileiras. Dos contratos suspensos, quatro eram em Angola e somavam US$ 808 milhões.

O BNDES explicou à Agência Brasil que oferece linhas de crédito à exportação para Angola desde 2005, tendo sido realizadas 91 operações de apoio a 11 exportadores ao longo de 14 anos, somando R$ 3,4 bilhões. O último desembolso realizado foi em 2015.

“Vale lembrar que todos os desembolsos do BNDES são realizados no Brasil, em reais, para os exportadores brasileiros, contribuindo para a geração de emprego, renda e divisas para os brasileiros. É importante destacar que Angola nunca esteve inadimplente com o BNDES e liquidou sua dívida integral e antecipadamente em 2019”, ressaltou a instituição financeira.

Somada ao fim ou à suspensão dos financiamentos, a entrada da China na África a partir de 2010 tomou espaço das empresas brasileiras, oferecendo empréstimos e levando suas companhias de construção civil, como destacou o o professor Guizelin.

“Para você ter uma ideia, Angola vai sediar uma Copa das Nações Africanas, e todos os estádios criados para sediar essa Copa em Angola foram construídos por construtoras chinesas. Todos. As construtoras chinesas são financiadas pelo próprio Estado chinês”, informou.

Petróleo

Existe certa dificuldade em diversificar essa pauta devido às limitações das economias de ambos os países, avalia ainda a professora Elga Lessa, que também leciona na Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB).

“A gente tem essa limitação de comércio. Nos governos Temer e Bolsonaro, houve redução de investimentos da Petrobras na África e parte desses investimentos era em Angola”, acrescentou.

Segundo a especialista, havia uma grande expectativa de cooperação com a Petrobras uma vez que Angola também encontrou petróleo no pré-sal de sua costa marítima. “Eles tinham muita expectativa dessa parceria, dessa cooperação, em relação a essa exploração. E aí, a Petrobras sai e retira investimentos”, completou Elga.

Na visita do presidente angolano ao Brasil, no mês passado, foi assinado um memorando de entendimento de pesquisa e desenvolvimento entre a Petrobras e a Sonagol, a estatal angolana do setor.

Lula defendeu a retomada das atividades da petroleira brasileira na costa de Angola. “É importante que a Petrobras volte a ter uma participação ativa na prospecção, na pesquisa de combustível fóssil e também de petróleo e também de gás. Nós estamos modernizando os instrumentos de garantia de crédito às exportações”, disse.

Agricultura

Outra frente da reaproximação do Brasil com Angola é no setor da agricultura, por meio de transferência de tecnologia e apoio à irrigação para o desenvolvimento do setor no país africano que tem áreas semiáridas na parte sul do território, com memorando de entendimento assinado nessa área.

“Estamos desenvolvendo um programa no Vale do Cunene [região semiárida] que será um novo paradigma na nossa cooperação com a África. Em vez de iniciativas pontuais e isoladas, o programa vai reunir 25 ações que se complementam, todas com o objetivo de promover o desenvolvimento agrícola dessa região”, afirmou Lula, em Luanda.

O professora Elga Lessa lembrou que a cooperação via agricultura com Angola é um projeto que vem desde os primeiros mandatos do governo Lula. “A ideia era exportar o modelo de negócio do agro brasileiro para Angola. Mas não teve, a época, os resultados esperados”, comentou.

Segundo a especialista, o setor agrícola de Angola entrou em decadência. “Durante muito tempo, se esqueceu desses setores porque a economia ficou toda centrada no petróleo. Agora, eles estão querendo retomar o desenvolvimento agrícola”, acrescentou.

Fonte: Agência Brasil