domingo, dezembro 21, 2025
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STF julgará vínculo trabalhista de motoristas e entregadores

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para a próxima quarta-feira (1°) o início do julgamento sobre o reconhecimento de vínculo empregatício entre entregadores e motoristas de aplicativos e as plataformas digitais. A controvérsia é conhecida como uberização das relações de trabalho.

A decisão a ser tomada pela Corte terá impacto em 10 mil processos que estão parados em todo o país à espera do posicionamento do plenário.

Serão julgadas duas ações que são relatadas pelos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes e chegaram ao Supremo a partir de recursos protocolados pelas plataformas Rappi e Uber.

Contestação

As empresas contestam decisões da Justiça do Trabalho que reconheceram o vínculo empregatício com os motoristas e entregadores.

A Rappi alegou que as decisões trabalhistas que reconheceram o vínculo de emprego com a empresa desrespeitaram posição da própria Corte que entende não haver relação de emprego formal com os entregadores.

A Uber sustentou que é uma empresa de tecnologia, e não do ramo de transportes, e que o reconhecimento de vínculo trabalhista altera a finalidade do negócio da plataforma, violando o princípio constitucional da livre iniciativa de atividade econômica.

Além das defesas das plataformas, os ministros vão ouvir durante o julgamento as sustentações orais de entidades que defendem o reconhecimento do vínculo trabalhista de motoristas e entregadores.

O julgamento sobre a uberização será a primeira pauta do plenário sob o comando do ministro Edson Fachin, que será empossado no cargo de presidente do STF na próxima segunda-feira (29). Ele sucederá o ministro Luís Roberto Barroso, que encerrará mandato de dois anos à frente do tribunal. 

Fonte: Agência Brasil

BR-319: Eduardo Braga entrega nova Ponte do Curuçá

Palavra dada, palavra cumprida. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) entregou hoje concluída a nova ponte sobre o Rio Curuçá, no Km 23,10 da rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho), perímetro do município Careiro da Várzea. A estrutura, que desabou há exatos três anos, no governo passado, foi reconstruída do zero e será liberada na segunda-feira (29/9) para o tráfego de veículos.

Neste sábado (27/9), Eduardo Braga e uma comitiva de prefeitos, parlamentares e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) visitaram o local. Tudo foi transmitido nas redes sociais @eduardobraga_am.

Para Eduardo Braga, a entrega da ponte concluída significa mais economia, qualidade de vida, mobilidade, logística e segurança para o povo do Amazonas. “Esse é o primeiro de muitos passos que nós estamos dando na BR-319. Aqueles que nos acompanharam na viagem até Humaitá puderam ver a verdade sobre a rodovia. Naquele dia, eu disse que até o final de setembro a Ponte do Curuçá estaria pronta. É uma ponte preparada estruturalmente ao novo tipo de carga sobre a BR-319, carretas bitrem. Vencemos os desafios logísticos e de engenharia e, agora, a ponte está pronta”, disse Eduardo Braga.

A nova ponte possui 150 metros de extensão, duas faixas de tráfego, acostamento e passarela sinalizada na lateral. A estrutura, que teve investimento total de R$ 28,4 milhões, enfrentou desafios de engenharia como a subida e descida das águas e a execução de um acesso lateral com aterro e balsa para manter fluxo de veículos durante as obras. A inauguração está prevista para o mês de outubro com a presença do presidente Lula e do ministro dos Transportes, Renan Filho.

Ponte Autaz Mirim

Um quilômetro à frente, Eduardo Braga e a comitiva também visitaram as obras de construção da nova ponte sobre o Rio Autaz Mirim, que seguem em ritmo acelerado. A estrutura, no Km 24,60, no perímetro de Borba, também desabou em 2022. A expectativa é entrega-la concluída em dezembro.

Asfalto na BR-319

Paralelo à reconstrução das pontes, o DNIT também está concluindo o asfaltamento de 20 quilômetros na rodovia BR-319, do trecho entre o Km 198 e Km 218, conhecido como Lote C. Neste mês, também deve ser iniciada a pavimentação asfáltica de 32 quilômetros no mesmo segmento, do Km 218 ao Km 250.

Foto: Divulgação

Amazonas avança na Finep com soluções criadas no chão da fábrica

O Amazonas vai marcar presença na final do Prêmio Finep de Inovação 2025, que acontece em dezembro, em Brasília, com seis projetos selecionados para representar o estado. A premiação é uma das mais importantes do país quando o assunto é inovação e destaca iniciativas que usam a tecnologia para gerar impacto real na vida das pessoas, nas empresas e na sociedade. Os projetos amazonenses conquistaram a vaga na final após vencerem a etapa regional Norte, realizada em Manaus na quarta-feira, 24, após um intervalo de dez anos sem edições presenciais na capital. A cerimônia aconteceu no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) e reuniu autoridades, empreendedores e representantes do setor produtivo.

Um dos destaques do evento foi a presença do presidente da Finep, Luiz Antônio Elias, nome de peso no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que veio a Manaus reforçar a importância estratégica da Amazônia no mapa da inovação nacional. A escolha da cidade como sede da etapa regional simboliza o reconhecimento do avanço tecnológico que tem acontecido por aqui, com soluções criadas no chão da fábrica, nas universidades, nas startups e nas comunidades.

Quem reforça essa visão é o presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação do Estado do Amazonas (SIAM), Pedro Monteiro, que representou o presidente da FIEAM, Antônio Silva, durante a solenidade. “É no chão da fábrica, nas cadeias produtivas e nos polos industriais que as necessidades reais se transformam em soluções. O que vimos aqui não foi só tecnologia, foi experiência, visão de futuro e capacidade de execução”, afirmou Monteiro. Além de presidente do SIAM, Monteiro é sócio-diretor da Virrosas, diretor da FIEAM e também da Associação Comercial do Amazonas (ACA). Sua atuação conecta o setor produtivo à inovação com base prática e estratégica.

Projetos com DNA amazônico e vocação global

Entre os seis vencedores do Amazonas, destacam-se propostas com forte enraizamento regional, mas com aplicação em escala. A startup Getter, por exemplo, criou um equipamento com luz ultravioleta capaz de descontaminar castanhas-do-pará, produto importante para exportação, mas que enfrenta barreiras sanitárias. Já a Aeroriver apresentou uma inovação para a mobilidade fluvial: um “barco voador” que reduz tempo e custos logísticos na região.

Para Monteiro, o diferencial desses projetos está no equilíbrio entre inovação tecnológica e aplicabilidade. “A inovação que nasce aqui é diferente. Ela precisa entender a floresta, respeitar o tempo dos rios e responder às urgências das comunidades. E é justamente essa capacidade de transformar complexidade em soluções viáveis que o setor industrial amazônico vem desenvolvendo com excelência”, avaliou.

Indústria como ambiente de inovação

A indústria, historicamente associada apenas à produção, passa a ser reconhecida como espaço fértil para pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e empreendedorismo. Segundo Monteiro, isso é resultado de um trabalho coletivo, fomentado por entidades que cultivam a cultura da inovação. “O setor produtivo do Amazonas aprendeu a fazer mais do que produzir: aprendeu a inovar, formar talentos, se conectar com universidades, startups e políticas públicas. O que nos trouxe até aqui foi uma visão de longo prazo e um ambiente institucional forte”, explicou.

Vitória com propósito

Para Pedro Monteiro, o avanço para a etapa nacional é motivo de orgulho, mas também de responsabilidade. “Queremos mostrar que a Amazônia não é apenas biodiversidade, é também inteligência produtiva, é engenharia, é ciência. E quando essas competências se articulam, o resultado é inovação com identidade, que transforma realidades e inspira o Brasil inteiro”, concluiu.

Foto: Divulgação

TRE-AM amplia canais de atendimento à população com novo sistema de Ouvidoria

O Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) reforça o contato com a população, modernizando o atendimento e tornando-o mais ágil e transparente. Denúncias, dúvidas e sugestões agora podem ser feitas pelo Sistema de Atendimento ao Cidadão da Justiça Eleitoral (SAC-JE), desenvolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que organiza e agiliza o atendimento às demandas eleitorais.

Segundo a Ouvidora do TRE-AM, Giselle Falcone, o sistema unificado de ouvidorias tem como objetivo aprimorar os serviços, garantindo mais qualidade, agilidade e padronização em todo o país. “Com a integração ao SAC-JE, conseguimos otimizar recursos e tornar o atendimento mais uniforme, beneficiando diretamente o cidadão”, afirma a ouvidora, ressaltando que o canal amplia o compartilhamento de conhecimentos e boas práticas entre os tribunais eleitorais.

O sistema pode ser acessado pelo site do TRE-AM, seguindo o caminho: Institucional > Ouvidoria > SIC – Serviço de Informação ao Cidadão > Fale Conosco – e-SIC (Formulário Eletrônico). O acesso também pode ser feito diretamente pelo endereço eletrônico https://www.tre-am.jus.br/institucional/ouvidoria/fale-conosco/fale-conosco ou pela bio do Instagram oficial @treamazonas.

Atualmente, o sistema unificado é o principal meio de acesso à Ouvidoria Eleitoral, concentrando 85% das demandas, principalmente sobre procedimentos relacionados ao título de eleitor e consultas sobre concurso público. “A medida está alinhada ao Planejamento Estratégico da Justiça Eleitoral, que prioriza a modernização dos serviços, a transparência institucional e a aproximação com a sociedade”, reforça a Ouvidora. “Nossa intenção é que cada cidadão se sinta acolhido e seguro ao procurar a Ouvidoria, sabendo que sua demanda será tratada com seriedade e eficiência”, acrescenta.

A Ouvidoria Eleitoral do Amazonas é responsável pelo contato do órgão com a população, promovendo audiências públicas e recebendo sugestões, reclamações, críticas, denúncias e elogios, além de prestar informações sobre os serviços oferecidos pelo TRE-AM.

Foto: Júnior Souza/TRE-AM

Novo presidente do TST mira Amazônia com Justiça Itinerante e inclusão digital

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Vieira de Mello Filho, assumiu a gestão para o biênio 2025/2027 com um olhar atento à Amazônia. Um dos pilares de sua atuação será ampliar o acesso à Justiça do Trabalho em regiões onde a presença do Estado ainda é limitada. Para isso, aposta em projetos de Justiça Itinerante, na instalação de Pontos de Inclusão Digital e em ações de cidadania e educação.

“O Brasil amazônico ainda é desconhecido de grande parte dos brasileiros”, afirmou.Para o ministro, são realidades que exigem a atenção do poder público e da Justiça por meio de ações de itinerância, projetos de cidadania, conscientização educacional e inclusão digital.

Justiça mais próxima

A proposta é levar a Justiça até comunidades afastadas dos centros urbanos, garantindo que trabalhadores e empregadores tenham acesso efetivo aos seus direitos. A itinerância judicial, já praticada em alguns tribunais regionais, deve ser fortalecida como política nacional.

Segundo Vieira de Mello Filho, o objetivo é articular uma rede de cooperação entre todos os Tribunais Regionais do Trabalho, o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Essa coordenação pretende nacionalizar o conhecimento sobre os desafios amazônicos e, ao mesmo tempo, garantir que a região esteja inserida no conjunto de políticas públicas de combate à exclusão social e trabalhista.

Inclusão digital e cidadania

Outro ponto central da agenda será a expansão dos Pontos de Inclusão Digital, que permitem a realização de audiências e o acesso a serviços da Justiça em locais remotos. Aliados a programas educativos e de cidadania, esses espaços oferecem não apenas acesso ao Judiciário, mas também oportunidades de conscientização sobre direitos trabalhistas.

Para o presidente do TST, a atuação integrada é fundamental para transformar a realidade da Amazônia. “É preciso levar a essas regiões uma postura ativa de combate à segregação de direitos”, destacou. “Não deveríamos ser artífices da retirada de direitos daqueles que mais precisam deles, nem do acesso à justiça”, concluiu.

Foto: Divulgação

Aleam analisa projeto de Roberto Cidade que alerta perigos de plantas tóxicas

Está em tramitação na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) o Projeto de Lei nº 656/2025, de autoria do presidente da Casa, deputado estadual Roberto Cidade (UB), que institui a Campanha Estadual de Conscientização sobre os Riscos das Plantas Ornamentais Tóxicas para Crianças e Animais Domésticos. A proposta busca alertar a população sobre os perigos dessas espécies em ambientes domésticos, escolares e coletivos.

“O objetivo desta campanha é preencher uma lacuna existente, promovendo ações integradas de educação e saúde pública, e oferecendo à população meios para escolhas mais seguras e conscientes quanto ao uso de plantas ornamentais em suas casas, escolas e espaços coletivos. Ao realizar a campanha anualmente no mês de outubro, o Estado do Amazonas poderá aproveitar a mobilização em torno do Dia das Crianças e do Dia Mundial dos Animais para maximizar o alcance das ações educativas e envolver diversos segmentos da sociedade”, destacou Roberto Cidade.

Segundo o texto do projeto, a prevenção é uma ferramenta poderosa, de baixo custo e alto impacto social. A campanha prevê a divulgação da lista das principais espécies vegetais que oferecem risco à saúde humana e animal, orientação sobre sintomas de intoxicação por ingestão ou contato, além da realização de ações educativas em escolas, unidades de saúde, feiras agropecuárias, pet shops e estabelecimentos de plantas e flores.

O PL também autoriza parcerias com universidades, conselhos profissionais, Organizações Não Governamentais (ONGs), entidades de proteção animal, conselhos tutelares e instituições de ensino público e privado. Entre as atividades previstas estão a distribuição de cartilhas, divulgação em redes sociais, rádio e televisão, palestras, oficinas e eventos públicos de orientação, além da promoção de alternativas seguras de plantas para ambientes frequentados por crianças e animais de estimação.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Toxicologia, grande parte dos casos de intoxicação por plantas envolve crianças com menos de 5 anos e animais domésticos, especialmente cães e gatos. A curiosidade natural e o fácil acesso a essas espécies tornam esse público mais vulnerável, reforçando a relevância da campanha no Amazonas.

Foto – Herick Pereira

Polícia reconhece falhas em relatório de vistoria na casa de Bolsonaro

A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap) enviou nesta quarta-feira (24) as explicações solicitadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, sobre possíveis falhas no monitoramento da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar.

Na sexta-feira (19), Moraes pediu ao órgão, que é responsável pela Polícia Penal, o envio de informações detalhadas sobre a entrada e saída de veículos no dia 12 de setembro, um dia após a condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão pela Corte.

O ministro cobrou explicações sobre duas vistorias feitas às 13h16 e às 16h22. Ao determinar a prisão domiciliar de Bolsonaro, Moraes estabeleceu que todos os carros da residência e de visitantes devem ser inspecionados pelos policiais penais responsáveis pelo monitoramento do ex-presidente. 

A secretaria reconheceu que dois seguranças do ex-presidente saíram do imóvel às 13h16, dentro de um Jeep Compass, e foram identificados no relatório de entradas e saídas somente como “pessoas”, e não com seus nomes. Os seguranças deixaram a residência e retornaram dez minutos depois com uma terceira pessoa, que se tratava de mais um segurança.

Sobre a falha de identificação ocorrida às 16h22, os agentes reconheceram que o veículo saiu novamente da casa e não houve menção de que apenas os seguranças estavam no veículo. Além disso, não foram feitas imagens da inspeção.

O órgão relatou que um agente responsável pelo monitoramento precisou comparecer à administração do Condomínio Solar de Brasília, onde Bolsonaro mora, para obter as imagens. 

“Sobre esta imagem, ressalta-se que o condomínio não a disponibilizou de imediato, informando que consultaria seu setor jurídico e, posteriormente, entraria em contato para fornecê-la”, disse o órgão. 

No entendimento da Seap, as falhas de identificação não comprometeram a realização das vistorias na casa de Bolsonaro. 

“A ausência de identificação nominal nos eventos mencionados não comprometeu o objetivo principal da vistoria veicular, havendo apenas a não indicação dos passageiros e do condutor, os quais foram devidamente informados no relatório ora apresentado. Salienta-se que os membros da equipe de monitoramento informaram os motivos do erro material do relatório”, declarou ao STF.

Prisão 

Desde o dia 4 de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes. A medida foi decretada no inquérito que apura a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, na aplicação da Lei Magnisky e outras sanções do governo norte-americano contra o Brasil. 

Fonte: Agência Brasil

Senado aprova retirada de despesas com tarifaço do teto de gastos

O Senado aprovou, nesta quarta-feira (24), por unanimidade, o texto-base do projeto de lei que estabelece mecanismo para reduzir o impacto do tarifaço dos Estados Unidos aos exportadores por meio de novas linhas de financiamento e outras medidas. A proposta prevê a retirada dessas despesas do teto de gastos do governo federal.

Os senadores devem ainda apreciar duas emendas ao projeto, com previsão de votação na próxima semana.

A medida foi encaminhada pelo governo federal e prevê cerca de R$ 30 bilhões em empréstimos e renúncias fiscais para conter os efeitos socioeconômicos das tarifas aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros.

Segundo a justificativa do projeto, de autoria do senador Jaques Wagner (PT-BA), a referida taxação atinge 36% do valor total de produtos exportados ao mercado norte-americano em 2024 (US$ 14,5 bilhões de total de US$ 40,4 bilhões) e pode “gerar prejuízos a empresas de cadeias produtivas presentes em todas as regiões do país e pôr em risco empregos de milhões de trabalhadores”.

Pelo projeto, essas despesas e renúncias fiscais não serão consideradas nas metas de resultado primário previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal e nos limites de despesa previstos no Novo Arcabouço Fiscal.

“Em caráter excepcional, nos exercícios financeiros de 2025 e 2026, as despesas decorrentes de créditos extraordinários e as renúncias fiscais para mitigação dos impactos sociais e econômicos causados pela imposição de tarifas adicionais sobre exportações brasileiras aos Estados Unidos da América não serão consideradas nas metas de resultado primário”, diz o projeto.

Segundo o relator, senador Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), o projeto vai auxiliar na viabilização da Medida Provisória (MP) 13/2025, que estabeleceu o programa Brasil Soberano. A medida ainda depende de votação no Congresso Nacional.

“O PLP 168 fala sobre o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos da América, que impactou de forma duríssima diversos setores de nossa economia e (…) muitos postos de trabalho; impactou a realidade de muitos cidadãos brasileiros que perderam esses postos de trabalho”, afirmou.

O Brasil Soberano foi anunciado pelo presidente Lula no dia 13 de agosto e os recursos serão aportados no Fundo Garantidor de Exportações (FGE) para crédito com taxas acessíveis. A prioridade é para as empresas que não têm alternativas à exportação aos Estados Unidos, de acordo com a dependência do faturamento, tipo de produto e porte de empresa.

As pequenas e médias empresas também poderão recorrer a fundos garantidores para receber o crédito e o acesso às linhas estará condicionado à manutenção do número de empregos.

A proposta também exime esses gastos de algumas exigências previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal, a exemplo da estimativa do impacto orçamentário-financeiro no ano; demonstração de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da Lei Orçamentária Anual (LOA); medidas de compensação que gerem aumento da receita, desde que não ultrapassem o limite de R$ 5 bilhões no biênio 2025-2026.

Outro ponto do projeto é que a União fica autorizada a aumentar as suas participações no Fundo Garantidor de Operações (FGO) em até R$ 1 bilhão; no Fundo Garantidor de Operações de Crédito Exterior (FGCE) em até R$ 1,5 bilhão; e no Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) em até R$ 2 bilhões.

Os aportes devem financiar medidas de apoio a exportadores afetados pelas tarifas, como cobertura de operações de crédito, compartilhamento de riscos e operações contratadas no âmbito do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PeacFGI Solidário).

Fonte: Agência Brasil

Lula comemora gesto de Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (24) estar feliz com o resultado da sua viagem para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), e em especial com o aceno do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de iniciar um diálogo.

“Aquilo que parecia impossível, deixou de ser impossível e aconteceu. Eu fiquei feliz quando Trump disse que pintou uma química boa entre nós”, declarou Lula durante coletiva de imprensa, em Nova York.

O presidente disse que não há razão para os dois países permanecerem em atrito e que torce para que a relação das duas maiores democracias do continente dê certo.

“Eu acho que é muito importante essa relação. Eu torço para que dê certo. Brasil e Estados Unidos são as duas maiores democracias do continente. Temos muitos interesses empresariais, industriais, tecnológicos e científicos. Temos muito interesse no debate sobre a questão digital e a inteligência artificial, na questão comercial”, afirmou o presidente.

“Fiz questão de dizer ao presidente Trump que temos muito o que conversar. Tem muitos interesses dos dois países em jogo, tem muita coisa para se discutir sobre a necessidade de a gente garantir a paz no planeta terra, e eu fiquei satisfeito quando ele disse que é possível a gente conversar”, acrescentou.

COP30

Durante a coletiva, Lula abordou a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro, em Belém. O presidente reafirmou que será a COP da verdade, pois deve demonstrar o grau de comprometimento global para evitar as mudanças climáticas, e reiterou o convite para as lideranças mundiais comparecerem ao evento.

“Vamos ter que colocar alguns cientistas para falar com os chefes de Estado, e é muito importante que todos os que compareçam lá ouçam dos cientistas o que está acontecendo no mundo, para facilitar a nossa tomada de decisões”, disse. 

“Acho que os países estão apresentando NDCs [Contribuições Nacionalmente Determinadas] bastante rigorosas e razoáveis, e eu acho que isso é importante”, pontuou.

ONU

O presidente voltou a defender uma reformulação na estrutura da Organização das Nações Unidas (ONU) e o multilateralismo.

“Todos vocês sabem que eu defendo uma governança mundial mais forte. Por isso que temos brigado há muito tempo para que a ONU seja reformulada, desde o seu estatuto até a sua composição com todos os membros, porque ela está mal representada. A fotografia de 2025 do mundo não é mais a de 1945, os países evoluíram, a humanidade evoluiu. É preciso acabar com o direito de veto e é preciso que, sobretudo, na questão do clima, quando tiver uma votação, é preciso que todos cumpram”, defendeu.

Paz

O presidente Lula criticou ainda o investimento de diferentes países em armamentos e chamou a atenção que não é normal a quantidade de conflitos armados que existem atualmente.

“Eu não consigo entender porque o mundo quer destruir quando nós precisamos construir. Não é normal o que está acontecendo na Rússia e na Ucrânia, não é normal o que está acontecendo em Gaza, não é normal a quantidade de conflitos que temos, que é maior desde a Segunda Guerra Mundial. Não é normal a quantidade de países que estão gastando trilhões de dólares em armamento, quando precisamos trilhões de dólares para acabar com a fome no mundo”, criticou.

Fonte: Agência Brasil

Indústria do café prevê alta de até 15% nos preços nos próximos dias

O preço do café deve voltar a subir nos próximos dias, alertou a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). Em entrevista coletiva concedida no início da tarde desta quarta-feira (24), na capital paulista, o presidente da entidade, Pavel Cardoso, informou que é possível que haja um acréscimo entre 10% e 15% nos preços do produto a serem repassados aos supermercados, já que os custos com a compra da matéria-prima foram alavancados.

No entanto, destacou Pavel, esse reajuste no preço do café “não deve ser superior à média do ano”.

O diretor-executivo da Abic, Celírio Inácio da Silva, adiantou que esse novo preço já foi comunicado ao varejo no início deste mês. “Mas, como o varejo só foi às compras agora, a partir do dia 15, então, a gente acredita que, a partir da semana que vem ou no início do mês, esses preços já estejam nas prateleiras, com repasse de 10% ou 15%”, previu.

Retração

A associação de produtores informa que a alta dos preços do café observada em 2025 causou uma retração no consumo do produto no mercado brasileiro. Segundo os dados que foram divulgados hoje pela Abic, houve queda de 5,41% nas vendas de café no mercado brasileiro, entre os meses de janeiro e agosto deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em números absolutos, as vendas caíram de 10,11 milhões de sacas para 9,56 milhões de sacas neste ano.

A Abic reconhece que a alta nos preços foi bem expressiva, fazendo com que alguns tipos de café, como o solúvel, acumulassem aumentos de até 50,59%.

Apesar dessa volatilidade nos preços e também da retração no consumo, a Abic espera fechar este ano de 2025 com patamar semelhante ao do ano anterior.

“Os dados de setembro nos levam a crer que teremos um comportamento surpreendente ainda este ano, para o próximo fechamento. Este é um sentimento ainda incipiente, com base em números de setembro, já que estamos quase fechando o mês, mas é um indicativo de que possivelmente teremos boas notícias em relação ao consumo no fechamento do ano”, projetou Cardoso.

Tarifaço

Segundo Pavel, a indústria brasileira de café também vive incertezas a respeito das sobretaxas às exportações do grão para os Estados Unidos. O Brasil, ressaltou ele, é hoje o maior fornecedor de café aos norte-americanos, que aumentaram as tarifas contra produtos brasileiros, como forma de pressão contra o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

“A ordem executiva [do governo dos Estados Unidos], publicada no dia 6 de setembro, indica que os Estados Unidos concluíram e ouviram o mercado de que o café, não sendo lá produzido, não terá tarifas. Essa leitura ainda não nos dá clareza se voltará a zero [de tarifa] ou se continuará com 10%. A leitura que nós fizemos é que não terá tarifas, porque os Estados Unidos não produzem café. Tem apenas uma produção muito incipiente, no Havaí e em Porto Rico, mas quase nada”, falou o presidente da entidade.

Além dessa ordem executiva, o setor avaliou como positiva a possibilidade de ocorrer uma reunião entres os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Donald Trump, na próxima semana. “Vamos conferir o encontro que haverá entre os dois presidentes na próxima semana, mas isso revela como o café e também o complexo de carnes é sensível em relação à inflação americana”, ressaltou.

Queda de preços

Um estudo divulgado também nesta quarta-feira (24) pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), apontou que, entre os dias 15 e 22 de setembro, o preço do café arábica tipo 6, caiu 10,2% em São Paulo, enquanto o do café robusta recuou 11,1%.

Segundo o Indicador Cepea/Esalq, essa redução do preço foi resultado “da expectativa de chuvas mais expressivas nas regiões produtoras do Brasil, da realização de lucros e da liquidação de posições de compra na Bolsa de Nova York (ICE Futures), após fortes altas, além da possibilidade de que as tarifas dos Estados Unidos sobre o café sejam retiradas”.

Fonte: Agência Brasil