segunda-feira, dezembro 29, 2025
Início Site Página 116

Fórum da ONU discute situação de pessoas afrodescendentes

Começou nessa segunda-feira (14), em Nova York, nos Estados Unidos, a 4ª edição Fórum Permanente sobre Pessoas Afrodescendentes da Organização das Nações Unidas. Instituído em 2022, o Fórum funciona como um mecanismo consultivo do Conselho de Direitos Humanos e também busca a melhoria da segurança, da qualidade de vida e dos meios de subsistência das pessoas de ascendência africana.

A abertura do evento, realizada no plenário da ONU, contou com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, representando o governo brasileiro. Em seu discurso, Anielle chamou as nações a se unirem na luta contra o racismo, pregou justiça climática para as populações afrodescendentes e destacou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada como proposta do Brasil durante a Cúpula do G20, em 2024. 

“Promover igualdade racial também é fomentar riqueza, autonomia e geração de oportunidades para quem historicamente foi empurrado para as margens da economia”, afirmou a ministra.

Anielle Franco lembrou que, em dois anos, o Brasil atingiu o maior patamar de presença de profissionais negros na administração pública federal, o que também é consequência da transversalidade como princípio permanente das políticas públicas do Estado. 

“A igualdade racial atravessa todos os campos da vida: saúde, educação, segurança pública, esportes, moradia, ciências e cultura”.

O 4° Fórum terá como tema central a “África e Pessoas Afrodescendentes: Unidos pela Justiça Restaurativa na Era da Inteligência Artificial”. O tema se refere à necessidade de reparação dos legados históricos da escravização africana e do colonialismo, assumindo urgência na era digital, e se concentrará nas contribuições dos principais atores para a formação e o avanço da agenda global com foco na justiça restaurativa. 

O evento vai até o dia 17 de abril.

Entre os debates previstos estão questões sobre os direitos humanos das mulheres e meninas afrodescendentes numa perspectiva interseccional, levando em conta raça e gênero nas agendas globais da justiça restaurativa e digital.

Outro debate previsto inclui a elaboração de políticas para lidar com o racismo sistêmico e a construção de sistemas de inteligência artificial “éticos e inclusivos”, com garantia de proteção dos direitos de pessoas afrodescendentes.

Fonte: Agência Brasil

Caixa começa a pagar Bolsa Família de abril

A Caixa Econômica Federal começa a pagar nesta terça-feira (15) a parcela de abril do Bolsa Família. Recebem hoje os beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 1.

Os beneficiários do Rio Grande do Sul recebem o pagamento nesta terça, independentemente do NIS. O pagamento unificado beneficiará cerca de 620 mil moradores do estado. Moradores de municípios em situação de emergência ou estado de calamidade pública em outros estados também recebem o Bolsa Família nesta segunda, independentemente do NIS.

O valor mínimo corresponde a R$ 600. Além do benefício mínimo, há o pagamento de três adicionais. O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até seis meses de idade, para garantir a alimentação da criança. O Bolsa Família também paga um acréscimo de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos e outro, de R$ 150, a famílias com crianças de até 6 anos.

No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

Além do benefício integral, cerca de 2,5 milhões de famílias estão na regra de proteção em abril. Em vigor desde junho de 2023, essa regra permite que famílias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefício a que teriam direito por até dois anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo.

Desde o ano passado, os beneficiários do Bolsa Família não têm mais o desconto do Seguro Defeso. A mudança foi estabelecida pela Lei 14.601/2023, que resgatou o Programa Bolsa Família (PBF). O Seguro Defeso é pago a pessoas que sobrevivem exclusivamente da pesca artesanal e que não podem exercer a atividade durante o período da piracema (reprodução dos peixes).

Auxílio Gás

O Auxílio Gás também será pago nesta terça-feira às famílias cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com NIS final 1.

Com duração prevista até o fim de 2026, o programa beneficia cerca de 5,5 milhões de famílias. A aprovação da Emenda Constitucional da Transição, no fim de 2022, manteve o benefício em 100% do preço médio do botijão de 13 kg.

Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família com o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.

Fonte: Agência Brasil

Caixa libera abono salarial para nascidos em março e abril

Cerca de 3,8 milhões de trabalhadores com carteira assinada nascidos em março e abril e que ganham até dois salários mínimos podem sacar, a partir desta terça-feira (15), o valor do abono salarial do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) em 2025 (ano-base 2023). A quantia está disponível no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital e no Portal Gov.br.

Ao todo, a Caixa Econômica Federal liberará pouco mais de R$ 4,5 bilhões neste mês. Aprovado no fim do ano passado, o calendário de liberações segue o mês de nascimento do trabalhador . Os pagamentos começaram em 17 de fevereiro e vão até 15 de agosto.

Neste ano, R$ 30,7 bilhões poderão ser sacados. Segundo o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), o abono salarial de 2025 será pago a 25,8 milhões de trabalhadores em todo o país. Desse total, cerca de 22 milhões que trabalham na iniciativa privada receberão o PIS e 3,8 milhões de servidores públicos, empregados de estatais e militares têm direito ao Pasep.

O PIS é pago pela Caixa Econômica Federal; e o Pasep, pelo Banco do Brasil. Como ocorre tradicionalmente, os pagamentos serão divididos em seis lotes, baseados no mês de nascimento. O saque iniciará nas datas de liberação dos lotes e acabarão em 29 de dezembro de 2025. Após esse prazo, será necessário aguardar convocação especial do Ministério do Trabalho.

Nascidos emRecebem a partir de
Janeiro17 de fevereiro
Fevereiro17 de março
Março e Abril15 de abril
Maio e Junho15 de maio
Julho e Agosto16 de junho
Setembro e Outubro15 de julho
Novembro e Dezembro15 de agosto

Quem tem direito

Tem direito ao benefício o trabalhador inscrito no PIS/Pasep há, pelo menos, cinco anos, e que tenha trabalhado formalmente por, no mínimo, 30 dias no ano-base considerado para a apuração, com remuneração mensal média de até dois salários mínimos. Também é necessário que os dados tenham sido informados corretamente pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

O valor do abono é proporcional ao período em que o empregado trabalhou com carteira assinada em 2023. Cada mês trabalhado equivale a um benefício de R$ 126,50, com períodos iguais ou superiores a 15 dias contados como mês cheio. Quem trabalhou 12 meses com carteira assinada receberá o salário mínimo cheio, de R$ 1.518.

Pagamento

Trabalhadores da iniciativa privada com conta corrente ou poupança na Caixa receberão o crédito automaticamente no banco, de acordo com o mês de seu nascimento.

Os demais beneficiários receberão os valores por meio da poupança social digital, que pode ser movimentada pelo aplicativo Caixa Tem. Caso não seja possível a abertura da conta digital, o saque poderá ser realizado com o Cartão do Cidadão e senha nos terminais de autoatendimento, unidades lotéricas, Caixa Aqui ou agências, também de acordo com o calendário de pagamento escalonado por mês de nascimento.

O pagamento do abono do Pasep ocorre via crédito em conta para quem é correntista ou tem poupança no Banco do Brasil. O trabalhador que não é correntista do BB pode efetuar a transferência via TED para conta de sua titularidade via terminais de autoatendimento e portal ou no guichê de caixa das agências, mediante apresentação de documento oficial de identidade.

Até 2020, o abono salarial do ano anterior era pago de julho do ano corrente a junho do ano seguinte. No início de 2021, o Codefat atendeu a recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU) e passou a depositar o dinheiro somente dois anos após o trabalho com carteira assinada.

Fonte: Agência Brasil

Estados podem aderir a nova renegociação de dívidas até 31 de dezembro

A partir desta terça-feira (15), os estados e o Distrito Federal podem aderir ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag), que prevê descontos em juros e financiamento do saldo das dívidas estaduais em até 30 anos. Em troca, os estados que aderirem vão aportar recursos para o Fundo de Equalização Federativa (FEF), que distribuirá dinheiro mesmo aos que não tiverem débitos com a União, para investimento em educação, segurança pública, saneamento, habitação, transportes e outras áreas.

Administrado pelo Banco do Brasil, o FEF terá 20% dos recursos partilhados conforme o inverso da dívida estadual (quem deve menos recebe mais), com os 80% restantes distribuídos conforme os critérios do Fundo de Participação dos Estados (FPE), usado para repartir os recursos do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados.

Segundo Ceron, ainda não há estimativas de quanto o FEF arrecadará porque o montante dependerá de quantas unidades da Federação aderirem ao Propag. A ideia é que os estados pouco endividados e bons pagadores sejam recompensados com mais investimentos em educação, segurança e infraestrutura.

O Propag também permite que os estados amortizem até 20% do saldo devedor oferecendo ativos à União, como empresas estatais locais, royalties de petróleo, imóveis, créditos a receber e dívida ativa estadual ou distrital, entre outras. Em troca, os estados terão menos contrapartidas em investimentos diretos e poderão reduzir os aportes ao FEF.

Sancionado no início do ano, o Propag foi regulamentado nesta-terça. Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou pontos que trariam impacto sobre o resultado primário (resultado das contas do governo sem os juros da dívida pública).

Investimentos

Em entrevista coletiva nessa segunda-feira (14), o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que o Propag permitirá aos estados ampliar o investimento em cerca de R$ 20 bilhões por ano (em valores atuais). Assim como no caso da União, esses investimentos não devem impactar o resultado primário dos estados.

Pelas regras do programa, explicou Ceron, em troca do valor que os estados poderão investir a mais, serão reduzidos os limites de crédito que os governos estaduais poderão pegar emprestados no sistema financeiro. Dessa forma, o impacto final do programa sobre os cofres estaduais será neutralizado.

Todos os anos, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estipula o limite de crédito que os estados e os municípios podem pegar emprestado. A redução dos limites de crédito precisa ser aprovada pelo conselho.

Contas da União

A União, informou Ceron, deixará de receber de R$ 20 bilhões a R$ 25 bilhões por ano (em valores atuais) em juros da dívida dos estados. O secretário, no entanto, esclareceu que o impacto sobre os cofres federais não afetará o resultado primário, resultado das contas do governo sem os juros da dívida pública e usado para apurar o cumprimento das metas fiscais.

Segundo Ceron, o dinheiro que o governo federal não receber afetará operações financeiras que impactam a dívida pública líquida (diferença entre o que a União deve e tem a receber), sem ser contabilizado no resultado primário da União.

Apenas em alguns casos, em que estados oferecerem à União participação em ações de estatais locais para amortizar a dívida, haverá um impacto residual sobre o resultado primário. Isso porque o governo federal herdará lucros e prejuízos dessas empresas, aumentando ou reduzindo o déficit.

Em janeiro, o Tesouro tinha informado que o Propag aumentaria a dívida pública federal em até R$ 105,9 bilhões de 2025 a 2029 no pior cenário, em que os estados não oferecerem ativos à União e não amortizarem os débitos. No melhor cenário, a União arrecadará até R$ 5,5 bilhões no mesmo período, caso os estados transfiram R$ 160 bilhões em ativos à União e amortizem a divida nos primeiros cinco anos.

Vetos

Apesar da insatisfação de diversos governadores, que têm pressionado as bancadas estaduais a votarem pela derrubada dos vetos à lei complementar do Propag, Ceron disse que a equipe econômica não trabalha com essa possibilidade. Segundo ele, o projeto de lei foi amplamente negociado entre a União e o Ministério da Fazenda.

Os governadores do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul já fizeram manifestações favoráveis à derrubada dos vetos. Um dos pontos de maior polêmica é a retirada da possibilidade de que os estados usem recursos do futuro Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR) para abater débitos com a União. Criado pela reforma tributária, o FNDR combaterá desigualdades regionais.

Fonte: Agência Brasil

MPAM instaura procedimento para fiscalizar atuação de fundações privadas em Jutaí

O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), por meio da Promotoria de Justiça de Jutaí, instaurou procedimento administrativo com o objetivo de acompanhar e fiscalizar a atuação das fundações de direito privado que operam no município.

A medida, assinada pelo promotor de Justiça Matheus de Oliveira Santana, atende às diretrizes da Resolução nº 300/2024 do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que disciplina a atuação do Ministério Público na vigilância dessas entidades — no caso, pessoas jurídicas criadas por lei, com autonomia administrativa e financeira para promover interesses públicos.

De acordo com o promotor, a resolução do CNMP orienta os órgãos ministeriais a adotarem mecanismos de controle e fiscalização, especialmente em casos nos quais as fundações recebem verbas públicas ou desenvolvem atividades de interesse social. A atuação do Ministério Público visa garantir que tais instituições cumpram seus objetivos estatutários.

“Por meio desse procedimento, buscamos garantir que os recursos públicos eventualmente destinados a essas instituições estejam sendo aplicados com transparência, legalidade e em consonância com seus fins estatutários”, afirmou o promotor.

O procedimento permitirá a análise de documentos, estatutos, prestações de contas, além de eventuais visitas institucionais para verificação do funcionamento das entidades.

Caso sejam identificadas irregularidades, o MPAM poderá adotar as medidas legais cabíveis para correção ou responsabilização.

Foto: Divulgação

Em Canutama, MPAM acompanha medidas para prevenção e mitigação dos efeitos da cheia e da vazante para a população local

Diante da atual cheia e da futura vazante do Rio Purus em 2025, que afetam diversos municípios do sul do Amazonas, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) instaurou procedimento administrativo para acompanhar e fiscalizar as medidas preventivas, emergenciais e assistenciais adotadas pelo poder público em Canutama. O objetivo da medida, conduzida pela promotoria de Justiça local, é prevenir e mitigar os efeitos colaterais para a população do município.

No despacho, assinado pela promotora de Justiça Maria Cynara Rodrigues Cavalcante, destaca-se que a elevação do nível do rio configura um cenário de emergência e pode ocasionar uma grave enchente no município, acarretando riscos à segurança, saúde e bem-estar da população local. O documento também ressalta a grave estiagem vivenciada em 2024, quando o Purus atingiu a marca de 7,17 metros em outubro, o que impactou severamente a população local, prejudicando a navegação e, por consequência, o abastecimento na sede de Canutama.

A medida leva em consideração a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC), instituída pela Lei n.º 12.609/2012, que prevê como dever de todos os entes federados a adoção das medidas necessárias para redução dos riscos de acidentes ou desastres. A lei atribui especificamente aos municípios o dever de executar a PNPDEC em âmbito local, com atividades como: manter a população informada; mobilizar e capacitar os radioamadores; promover a coleta, distribuição e controle de suprimentos em situações de desastre; bem como estimular a participação de entidades privadas e governamentais.

Também foi considerada a necessidade de ações preventivas em etapa de pré-desastre, como a realização de palestras, audiências públicas, análise de riscos, conscientização da população, monitoramentos dos cenários de risco, vistorias de campo e envio de alertas, assim como toda e qualquer ação mitigatória prévia que tenha como intuito amenizar os desastres.

Diligências

A Promotoria de Justiça de Canutama requisitou à Prefeitura do Município que forneça informações detalhadas sobre como estão definidas as políticas públicas para o enfrentamento da cheia e da vazante do Rio Purus em 2025, especificando as medidas preventivas e de urgência adotadas, bem como o planejamento estratégico, execução de ações emergenciais, instalação de abrigos e segurança alimentar e sanitária da população.

Foto: Divulgação

Ministério Público obtém decisão favorável na Justiça por normalização do serviço de saneamento básico em Rio Preto da Eva

O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) obteve decisão liminar da Justiça contra o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Rio Preto da Eva (Saae) por melhorias no serviço de saneamento básico. A sentença, que acolhe todos os pedidos de uma ação civil pública impetrada pela promotoria da cidade, determina a solução das irregularidades identificadas na prestação do serviço autônomo de água e esgoto do município, nas etapas de captação, tratamento, armazenamento e distribuição de água potável e adequada ao consumo humano.

O Saae é uma entidade autárquica municipal com personalidade jurídica própria.

A Justiça levou em consideração as alegações do Ministério Público, de que, dos 12 poços para captação de água, apenas oito estão funcionando, mas sem manutenção há mais de dez anos — apresentando vazamentos, tubos enferrujados, bombas rompidas, painéis de comando sem proteção e válvulas térmicas queimadas, além de péssimas condições de higiene nas paredes dos reservatórios (com excesso de lodo, algas e areia pela falta de impermeabilização).

A sentença determina que o município elabore e apresente, no prazo máximo de seis meses, um cronograma de realização de obras para a regularização do saneamento básico da cidade, com padrões adequados ao consumo humano, bem como a garantia do controle contínuo de qualidade e manutenções periódicas. O prazo máximo estabelecido é de 36 meses para a conclusão das obras.

Na ocasião, o acolhimento do pedido de tutela de urgência do MP também se deu em razão da probabilidade de dano ao interesse público. Em caso de descumprimento, a concessionária está sujeita a multa diária de R$ 1 mil.

O promotor de Justiça Christian Anderson Ferreira da Gama informou que a ACP surgiu da inspeção realizada no Saae e das informações presentes no inquérito civil instaurado pela promotoria Rio Preto da Eva, no qual já foram utilizados meios extrajudiciais de resolução. “Constatou-se a necessidade de ajuizamento da ação para que sejam promovidas melhorias no abastecimento de água à população. O tempo passou, a cidade cresceu e o Saae não acompanhou essa mudança. O processo é estrutural, pois demanda uma ampla reformulação desse serviço público tão importante, pois a qualidade da água está diretamente ligada à saúde da população”, afirmou.

Embasamento

Na argumentação, a promotoria de Justiça se baseou na Lei Federal n° 14.026/2020 e na Resolução nº 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que criam as diretrizes do Marco Legal do Saneamento Básico e estabelecem critérios para a prestação regular dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, atendendo à população com contínuo controle de qualidade e manutenções periódicas.

Foto: Pexels

MP instaura procedimento para fiscalizar ações do poder público durante cheia do Rio Madeira em Manicoré

O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Manicoré, instaurou procedimento administrativo para acompanhar e fiscalizar as ações do poder público municipal diante da cheia do Rio Madeira. A medida foi tomada após o município decretar situação de emergência pública no início deste mês, quando o nível do rio atingiu 26,59 metros, superando a cota de alerta e afetando mais de 150 comunidades ribeirinhas.

O procedimento visa garantir a atuação efetiva do poder público diante da crise, assegurando que medidas emergenciais sejam adotadas de forma adequada, transparente e em conformidade com os direitos fundamentais da população atingida. As ações também devem seguir os princípios da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC), com foco especial nas famílias em situação de maior vulnerabilidade social.

Segundo o promotor de Justiça Venâncio Antônio Castilhos de Freitas Terra, responsável pela instauração do procedimento, a atuação do MPAM é uma resposta direta à gravidade do cenário enfrentado no município.

“O Ministério Público, diante do cenário de grande cheia do Rio Madeira, se viu obrigado a agir para assegurar os direitos fundamentais das populações ribeirinhas e também acompanhar as ações adotadas pelo poder público municipal”, afirmou.

Entre outras medidas, a promotoria irá fiscalizar a execução orçamentária e administrativa das ações emergenciais, bem como a destinação de recursos públicos e a logística de atendimento às comunidades impactadas. Também serão analisados os decretos e atos normativos editados pela prefeitura durante a vigência da situação de emergência.

O MPAM já determinou a comunicação da instauração do procedimento à Corregedoria-Geral e ao Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Histórico e Urbanismo (CAO-MAPH-URB). A medida inclui ainda a juntada de documentos oficiais, como o decreto municipal de emergência e outras publicações relacionadas às ações de enfrentamento da cheia.

Foto: Divulgação

Bolsonaro passa por cirurgia no intestino neste domingo

O ex-presidente Jair Bolsonaro passa por uma cirurgia no intestino, neste domingo (13), no Hospital DF Star, em Brasília.

Bolsonaro é submetido a uma laparotomia exploradora para liberação de aderências intestinais e reconstrução da parede abdominal. O procedimento começou por volta das 10h e já dura mais de 7 horas. 

Na sexta-feira (11), Bolsonaro passou mal durante um evento político no interior do Rio Grande do Norte. Ele foi socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e transferido de helicóptero para Natal. A aeronave foi cedida pela governadora Fátima Bezerra (PT).

No sábado (12), o ex-presidente deixou o Hospital Rio Grande, na capital potiguar, e seguiu para Brasília, onde passa por cirurgia.

Fonte: Agência Brasil

Governo buscará retomar pauta de regulação das redes no Congresso

O governo federal vai tentar uma nova aproximação com o Congresso nas próximas semanas para que o tema da regulação das plataformas digitais volte à agenda dos legisladores, afirmou o Secretário de Politicas Digitais da Presidência da República, João Brant.

“O governo está terminando de definir sua posição de mérito e de estratégia. Nossa compreensão é que essa regulação precisa equilibrar três coisas: primeiro, a responsabilidade civil das plataformas; segundo, o que a gente chama de dever de prevenção e precaução, que significa a necessidade de atuar preventivamente para que não haja disseminação de conteúdos ilegais e danosos a indivíduos ou a coletividades; e terceiro, que elas atuem na mitigação dos riscos sistêmicos da sua atividade”, defendeu Brant na última semana, em palestra na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A principal proposta de regulação das plataformas digitais, o Projeto de Lei 2.630 de 2020, conhecido como PL das Fake News, já foi aprovado pelo Senado e está em análise na Câmara dos Deputados. A falta de um acordo, porém, impede que ele avance desde o ano passado.

Atualmente, essas empresas respondem ao Marco Civil da Internet, aprovado em 2014. No seu Artigo 19, a lei diz que que as redes sociais só podem ser responsabilizadas por conteúdo ofensivo ou danoso postado por usuários caso descumpram uma ordem judicial de remoção, à exceção de conteúdo sexuais não autorizado ou casos que violam direitos autorais.

No dia-a-dia, a moderação dos conteúdos cabe às plataformas, que têm políticas próprias para decidir sobre a exclusão de conteúdos violentos ou mentirosos.

“Quando você vai discutir regulação ambiental, por exemplo, o tempo inteiro você olha para os riscos sistêmicos, aqueles riscos que são inerentes à atividade, que afetam direitos fundamentais ou outros marcos legais relevantes. E é preciso mitigar esses efeitos, impor responsabilidades e custos. E o que a gente tem é uma distorção do ambiente digital, sem que as plataformas assumam qualquer responsabilidade”, argumentou o secretário.

O uso das redes sociais para cometer crimes continua no centro do debate público em meio às denúncias de violências cometidas contra crianças e adolescentes, e tem reacendido a discussão sobre a regulação das chamadas big techs, as empresas que controlam essas plataformas.

O coordenador do Centro de Referência para o Ensino do Combate à Desinformação da Universidade Federal Fluminense, Afonso Albuquerque, concorda que a regulação das redes se tornou uma questão fundamental e é preciso mais do que responsabilizar as plataformas por esses conteúdos.

“É preciso ter regras relativas ao financiamento dessas plataformas que, de alguma forma, estabeleçam princípios de transparência algorítmica. Nós temos um agente que tem uma capacidade imensa de intervir nos debates nacionais e, hoje, efetivamente, nós operamos no terreno da mais pura ilegalidade”

No entanto, ele não vê um cenário favorável a essa discussão, no Congresso Nacional, a princípio. Mas uma ajuda indireta e imprevista pode vir dos efeitos do governo de Donald Trump, nos Estados Unidos: “Nós estamos vivendo um momento muito caótico, no qual não é possível fazer análises muito claras. Algumas semanas atrás, nós tínhamos uma situação de fechamento das plataformas com os interesses do governo Trump. Mas, agora que as tarifas estão afetando o bolso dos bilionários que apoiaram o Trump, esse não é um cenário tão transparente assim”.

Para Afonso Albuquerque, as ações de Donald Trump também têm colocado os Estados Unidos em oposição a muitos países, incitando em muitos deles a necessidade de defender sua soberania em diversos campos, inclusive contra a influência das plataformas digitais americanas.

“Ele e os personagens envolvidos, particularmente o Elon Musk, mas o [Mark] Zuckerberg também, demonstraram pouca sutileza no seu interesse de intervir em assuntos internos de outros países, particularmente do Brasil. E, ao fazer isso, eles levantam a agenda da soberania. Eu acho que essa ameaça está presente desde que as plataformas existem, mas o comportamento agressivo dos integrantes do governo Trump, particularmente sua aliança com os setores da extrema direita anti-institucional do Brasil, tornam muito visível essa ameaça”, explica o especialista.

O Secretário de Politicas Digitais da Presidência da República, João Brant, acrescenta que os resultados dos embates entre Musk e o Supremo Tribunal Federal criaram um precedente positivo não só para o Brasil:

“É um momento em que se testa, se esgarça essa relação com os estados nacionais. O mundo inteiro fica olhando para ver o que que o Brasil vai fazer, e o Brasil toma uma decisão de suspender o serviço enquanto não cumprisse as ordens judiciais.

O melhor dessa história é que ela termina com o Musk tendo que sucumbir ao Estado brasileiro, topando cumprir as regras para voltar ao ar. “Eu diria que ali foi um momento de virada em que vários países entenderam que a gente não pode lidar com naturalidade com o fato de que eles escolhem quais regras vão cumprir.”

Brant também acredita que duas situações frequentes podem contribuir para que a população pressione os legisladores em direção à regulação: “A própria proteção de crianças e adolescentes, que eu acho que é um tema chave, em que fica mais explícito o problema, e também a quantidade de golpes e fraudes no ambiente digital, e uma parte das plataformas é inclusive sócia desses golpes, porque recebe dinheiro para veicular conteúdo fraudulento.”

Já o coordenador do Centro de Referência para o Ensino do Combate à Desinformação da UFF, Afonso Albuquerque, defende que é preciso ir além das regulações nacionais, com a criação de mecanismos transnacionais pactuados e instituições de governança que estabeleçam e fiscalizem o cumprimento de regras globais.

Fonte: Agência Brasil