segunda-feira, dezembro 29, 2025
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Alcolumbre, Motta e Barroso devem acompanhar Lula no velório do papa

Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre; da Câmara dos Deputados, Hugo Motta; e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, deverão acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Itália para participar do velório do papa Francisco. O Palácio do Planalto disse que os três foram convidados e indicaram que iriam aceitar.

A viagem está programada para quinta-feira (24). A assessoria da Presidência não informou se outras autoridades foram convidadas. A primeira-dama Janja Lula da Silva também irá ao funeral.

O caixão com o corpo do papa Francisco será trasladado da capela da Casa de Santa Marta para a Basílica de São Pedro nesta quarta-feira (23).

O funeral de Francisco foi agendado para o próximo sábado (26), a partir das 10h (horário local), na própria Basílica de São Pedro. De lá, o caixão será levado para a Basílica de Santa Maria Maior, onde será sepultado, conforme pedido do pontífice.

Fonte: Agência Brasil

STF decide se mais seis denunciados pela trama golpista viram réus

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (22) o julgamento que vai decidir se seis denunciados do núcleo 2 da trama golpista se tornarão réus.

Fazem parte desse núcleo Filipe Martins (ex-assessor de Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro); Marcelo Câmara (ex-assessor de Bolsonaro); Silvinei Vasques (ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal); Mário Fernandes (general de Exército); Marília de Alencar (ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça) e Fernando de Sousa Oliveira (ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça), ambos ligados ao ex-ministro Anderson Torres, que já se tornou réu.  

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), eles são acusados de organizar ações para “sustentar a tentativa de permanência ilegítima” de Bolsonaro no poder. 

Entre as acusações, estão a elaboração da minuta do golpe, documento para justificar juridicamente a tentativa de golpe de Estado no final do governo Bolsonaro, o monitoramento do ministro do STF Alexandre de Moraes e ações da Polícia Rodoviária Federal para dificultar a circulação de eleitores do Nordeste durante as eleições de 2022. 

Sessão

A sessão está prevista para começar às 9h30 e deve ter uma pausa para o almoço. Às 14h, o julgamento recomeça. A turma também programou uma sessão na manhã de quarta-feira (23) para finalizar a análise do caso. 

Se a denúncia for aceita pela maioria dos ministros, os acusados se tornarão réus e vão responder a uma ação penal, que vai terminar com a absolvição ou condenação. 

Crimes

A PGR apontou que os acusados cometeram cinco crimes contra a democracia:

  • Organização criminosa armada (3 a 8 anos de prisão);
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (4 a 8 anos de prisão);
  • Golpe de Estado (4 a 12 anos);
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça (seis meses e 3 anos de prisão);
  • Deterioração de patrimônio tombado (1 a 3 anos).

A pena máxima para as condutas ultrapassa 30 anos de prisão.

Primeira Turma

O caso será julgado pela Primeira Turma do Supremo, colegiado que é composto pelo relator da denúncia, Alexandre de Moraes, e pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Pelo regimento interno da Corte, cabe às duas turmas do tribunal julgar ações penais. Como o relator faz parte da Primeira Turma, a acusação será julgada pelo colegiado.

Até o momento, somente a denúncia contra o núcleo 1 foi julgada. No mês passado, por unanimidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete acusados viraram réus. Faltam mais três denúncias para serem julgadas.

Fonte: Agência Brasil

Entidades e representantes de outras religiões lamentam morte do papa

Entidades e representantes de diversas crenças e religiões do Brasil lamentaram a morte do papa Francisco, líder mundial da Igreja Católica. Ele morreu na madrugada dessa segunda-feira (21), vítima de acidente vascular cerebral (AVC), seguido por coma e colapso cardiovascular irreversível.

Em nota, organizações da comunidade judaica se uniram em luto pela morte do papa. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) afirmou que a morte do líder católico foi uma “grande perda para a humanidade”.

“O papa Francisco, com seu carisma e visão inclusiva, tocou o coração das pessoas em seu papado transformador. Ele visitou o campo de extermínio nazista de Auschwitz, condenou o antissemitismo, o discurso de ódio e o racismo, além de promover o diálogo inter-religioso”, escreveu a Conib. “Que seu legado continue a nos guiar na busca por um mundo mais humano, justo e pacífico”, ressaltou.
 

A Federação Israelita do Estado de São Paulo expressou solidariedade aos católicos de todo o mundo.

“Reconhecemos o legado de um líder incansável na luta contra o discurso de ódio, o racismo e todas as formas de intolerância. Sua voz firme contra o antissemitismo e a promoção do diálogo inter-religioso representaram um farol de esperança em tempos de crescente intolerância”, disse a federação.

O Centro de Divulgação do Islam Para América Latina (CDIAL) expressou condolências pelo falecimento do papa.

“O papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, Argentina, foi o primeiro pontífice jesuíta e latino-americano da história da Igreja Católica. Desde sua eleição em 2013, destacou-se por seu compromisso com os mais pobres, sua incansável defesa dos direitos humanos e sua dedicação ao diálogo inter-religioso e à promoção da paz mundial”, disse o centro.

“Sua liderança inspiradora promoveu reformas significativas na Igreja, incluindo a reestruturação da Cúria Romana, medidas para maior inclusão das mulheres e o enfrentamento de desafios internos com coragem e transparência. Sua postura aberta e acolhedora deixou uma marca indelével na história da Igreja e do mundo. Em suas palavras, atitudes e escolhas, deixou um legado de empatia e um olhar profundamente humanitário para com os pobres, os imigrantes, os doentes e todos os que sofrem”, acrescentou o centro de divulgação islâmico.

Para a Federação Espírita Brasileira, o papa foi um “dedicado irmão na doutrina cristã que aproximou fiéis católicos e de outras denominações religiosas pelo exemplo de amor, humildade e fraternidade”.

“Trabalhou o debate inter-religioso, assim como a humildade e a indulgência para com todos, independente da crença. Trouxe a pauta das mudanças climáticas e das ações diplomáticas pela paz entre os povos, assim como a causa dos refugiados. Aos nossos irmãos em Cristo, desejamos amor e paz nesta passagem de Papa Francisco, evocando a fraternidade e a compaixão a todos os lares”, afirmou.

Também em nota, a Frente de Evangélicos lamentou profundamente a morte do papa.

“O primeiro papa latino-americano marcou seu pontificado numa trajetória de simplicidade e defesa aos direitos humanos. Em sua última aparição pública, no domingo de Páscoa, pediu o cessar-fogo na Faixa de Gaza e disse: ‘Expresso minha proximidade aos sofrimentos… de todo o povo israelense e do povo palestino’. Reconhecemos em sua liderança os ensinos de Jesus de solidariedade, paz, amor e igualdade. Oramos e agradecemos a vida e o testemunho de Jorge Mario Bergoglio”.

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) lembrou que a vida do papa Francisco foi “um testemunho corajoso em contextos hostis”.

“Ao colocar-se ao lado das pessoas imigrantes e refugiadas e fazer memória às que morreram na travessia, denunciou os colonialismos contemporâneos que ferem a dignidade humana. Na América Latina, dialogou com os movimentos sociais e incentivou a luta pelo direito à Terra, ao teto e ao trabalho”, disse o Conic. “Nós, teus irmãos e irmãs ecumênicos, oraremos, papa Francisco, em solidariedade às comunidades enlutadas da Igreja Católica Apostólica Romana e para agradecer a Deus por sua vida e testemunho”.

A Mãe Meninazinha de Oxum, Iyalorixá do Ilê Omolu Oxum, afirmou que o papa “será lembrado e celebrado pela sua atuação voltada para o enfrentamento às injustiças e todas as formas de preconceitos. Ele era uma verdadeira luz para o mundo”.

Já a Mãe Nilce de Iansã, coordenadora nacional da Renafro, escreveu, em sua mensagem, que o papa “semeou amor por onde passou”.

“Quando fechamos os olhos e pensamos no papa Francisco, imediatamente nos vem a imagem de seu sorriso, reflexo de toda a sua jornada de acolhimento e respeito a todas as pessoas, independentemente de religião. Ele semeou o seu amor por onde passou e certamente a força de seu trabalho germinará para as gerações futuras”, disse a coordenadora da Renafro.

O pastor Ronilso Pacheco, da Comunidade Batista em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, lembrou o trabalho de grande transformação do papa na abertura da Igreja Católica. Ele disse que Francisco abraçou uma agenda humanitária muito forte. 

Fonte: Agência Brasil

Chefes dos Três Poderes destacam legado do papa Francisco

Os chefes dos Três Poderes se manifestaram nesta segunda-feira (21) sobre a morte do papa Francisco, ocorrida na manhã de desta segunda-feira (21), no Vaticano, em Roma. Nascido na Argentina, Jorge Mario Bergoglio, faleceu, às 7h35 (hora local), aos 88 anos.

Pelas redes sociais, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), disse que recebeu a notícia do falecimento com muita tristeza.

“É com profunda tristeza que recebo a notícia do falecimento de Sua Santidade, o papa Francisco. O Congresso Nacional do Brasil une-se em solidariedade à comunidade católica em todo o mundo, à Santa Sé e a todos aqueles que tiveram suas vidas tocadas pelo papado de Francisco”, comentou.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o papa Francisco ficará na história pela sua trajetória de favorecimento ao diálogo e à inclusão.

“Foi o papa que abriu a Igreja e a colocou no século 21. Um líder que ficará na história pela força dos seus gestos. Eu e minha família seguiremos em oração por este líder que foi símbolo de esperança e justiça”, declarou.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o papa será reconhecido pelas suas virtudes de compaixão, tolerância, amor e paz.

“O papa Francisco encarnou essas virtudes como poucas lideranças nos dias de hoje. E a elas acrescentou o carisma e a empatia. A compreensão em lugar dos dogmas. Num tempo em que há muita escuridão, foi uma luz iluminando a humanidade. A história o reconhecerá como um dos maiores”, afirmou Barroso.

Lula

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto oficial de sete dias em homenagem ao Papa Francisco. Por meio de nota, o presidente destacou o legado do pontífice argentino e lamentou profundamente a perda de uma “voz de respeito e acolhimento ao próximo”.

“Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o Papa buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia”, completou Lula.

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também se pronunciou e afirmou que se despede do papa “com o coração apertado”.

“[O papa] liderou a Igreja com coragem, humildade e amor pelos que mais sofrem. Sua fé caminhava junto com a justiça, resgatando a esperança ao redor do mundo. Seus ensinamentos e posições permanecerão entre nós. Siga em paz Francisco”, disse.

Fonte: Agência Brasil

Davi decreta luto oficial de sete dias no Senado, em memória do papa

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, decretou nesta segunda-feira (21) luto oficial de sete dias pela morte do papa Francisco. “Diante de sua trajetória de dedicação ao próximo e de sua relevância mundial, é dever do Senado Federal prestar sua última homenagem ao Papa Francisco, decretando luto oficial como reconhecimento de sua grandeza moral, espiritual e humanitária”, escreveu Davi na justificação do ato.

O luto oficial vai desta segunda-feira até o domingo (27). Uma projeção especial na parte externa da cúpula do Senado e do Anexo 1, que seria feita na noite desta segunda em homenagem ao aniversário de Brasília e do Palácio do Congresso, foi adiada. Também foi cancelada sessão especial para homenagear o Lions Clube, que estava prevista para a quarta-feira (23). Estão mantidas as demais atividades legislativas do Senado marcadas para esta semana.

Para Davi, “a morte de Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, representa uma perda inestimável para todos os que reconhecem a importância do diálogo, da fraternidade e da promoção da paz entre os povos”. O presidente do Senado disse ainda que o papa se destacou pelo compromisso com os valores da humildade, da justiça social e da solidariedade com os mais pobres. “Suas ações transcendem fronteiras religiosas; sua liderança espiritual, marcada pela simplicidade e pelo acolhimento, inspirou milhões ao redor do mundo”, afirmou o senador.

Mais cedo, Davi já havia divulgado nota à Imprensa em que homenageou o papa Francisco como “um líder espiritual de grande coragem”.

Fonte: Agência Senado

Entenda o conclave, ritual de escolha do novo papa

O conclave é o ritual secular que marca a eleição dos novos papas. A palavra vem do latim cum clave – fechado a chave – e remete à votação secreta que é realizada na Capela Sistina, no Vaticano, de onde é lançada a fumaça branca quando o novo pontífice é escolhido.

Com a morte do papa Francisco, nesta segunda-feira (21), os 252 cardeais do Colégio Cardinalício terão a missão de eleger o novo líder da Igreja Católica.

Após os rituais do velório e sepultamento do papa, o Vaticano passa por um período de luto de nove dias, quando convoca o Colégio Cardinalício. Os cardeais ficam instalados na Casa Santa Marta. É o mesmo local onde Jorge Mario Bergoglio decidiu viver, ao renunciar ao apartamento papal no Palácio Apostólico.

Antes da votação propriamente, ocorrem as reuniões gerais em que todos os cardeais participam e discutem os problemas da igreja e do mundo atual. A partir dali, começa-se a delinear perfis que possam assumir o papel de bispo de Roma, de papa.

Para a segunda parte, a votação na Capela Sistina, participam apenas os cardeais com menos de 80 anos. O número máximo de cardeais eleitores é estabelecido em 120, embora atualmente haja 135 com direito a voto – e, como no passado, podem ser concedidas exceções. Normalmente, o novo papa é escolhido entre cardeais que estão na capela, mas nada impede que alguém que está fora seja eleito.

No dia do conclave, da votação a portas fechadas, os cardeais dirigem-se à Basílica de São Pedro para a missa presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, que atualmente é o italiano Giovanni Battista Re. Em seguida, eles seguem em procissão para a Capela Sistina, preparada com bancos para as votações e o fogareiro onde serão queimadas as cédulas e anotações. Nesse momento, é proibido o uso de dispositivos eletrônicos ou qualquer contato com o exterior.

Se a eleição começar no período da tarde, o primeiro dia terá apenas um processo de votação. Já os seguintes terão até quatro votações, sendo duas de manhã e duas a tarde. O conclave mais longo da história demorou 33 meses, quase três anos, para eleger Beato Gregório X como papa, em 1271.

Cada cardeal escreve o nome do escolhido em um papel retangular e deposita em uma urna. Após a sessão, dois apuradores abrem os papéis e leem silenciosamente os nomes, enquanto um terceiro os pronuncia em voz alta. As cédulas são furadas, amarradas umas às outras e queimadas no fogareiro.

Se ninguém atinge a maioria qualificada de pelo menos dois terços dos votos, é adicionada uma substância que tinge a fumaça de preto. Caso haja um eleito, o decano pergunta se ele aceita o cargo e qual o nome escolhido para exercer o pontificado. Francisco foi o nome escolhido por Jorge Mario Bergoglio para seu pontificado, em referência a São Francisco de Assis.

Caso o cardeal escolhido aceite o cargo, as cédulas são queimadas com um aditivo branco, mostrando ao mundo que um novo papa foi eleito. Na sequência, há o anúncio com a famosa frase habemus papam – temos papa – na Basílica de São Pedro. Por fim, o papa aparece para dar sua primeira bênção.

Brasileiros

O Colégio Cardinalício é quem assiste o carmelengo (administrador da Santa Sé) na organização do conclave para escolha do novo papa. O atual carmelengo, o irlandês Kevin Farrell, é quem anunciou a morte do papa Francisco e atuará como chefe de Estado do Vaticano no período que vai dos funerais até o anúncio de quem será o novo papa. Esse período é chamado de Sé Vacante, quando a Igreja está sem seu líder.

O Brasil tem oito cardeais que integram o Colégio Cardinalício, cinco nomeados pelo Papa Francisco e três pelo papa anterior, Bento XVI. Apenas um deles não é votante, que é dom Raymundo Damasceno Assis, atual arcebispo emérito de Aparecida (SP), que tem 87 anos. Dom Damasceno foi nomeado por Bento XVI e participou do conclave que escolheu o papa Francisco, em 2013.

Os outros sete cardeais brasileiros, que votam, são:

  • João Braz de Aviz, 77 anos, arcebispo emérito de Brasília.
  • Odilo Scherer, 75 anos, arcebispo de São Paulo.
  • Leonardo Ulrich Steiner, 74 anos, arcebispo de Manaus.
  • Orani Tempesta, 74 anos, arcebispo do Rio de Janeiro.
  • Sérgio da Rocha, 65 anos, arcebispo de Salvador, primaz do Brasil por conduzir a arquidiocese mais antiga do país.
  • Jaime Spengler, 64 anos, arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
  • Paulo Cezar Costa, 57 anos, arcebispo de Brasília, 57 anos.

Nesta segunda-feira, em entrevista coletiva em Brasília, dom Raymundo Damasceno destacou que a escolha do novo papa é uma escolha de fé, por um perfil adequado, e não política. Não há candidaturas e nem campanhas, segundo ele.

“É uma obra de Deus, é uma ação do Espírito Santo, sem dúvida nenhuma”, disse. “Conclave é um tempo de silêncio, um tempo de oração, de ponderação, para que a pessoa vote segundo a sua consciência, naquilo que ele julgar o mais adequado nesse momento para a igreja”, acrescentou.

O arcebispo emérito lembrou que 80% dos cardeais do colégio eleitoral foram criados pelo papa Francisco, que, ao longo do seu pontificado, voltou-se muito para as periferias do mundo. “É um colégio representado por cardeais de todas as periferias do mundo”, disse.

Dos 252 cardeais, 149 foram nomeados por Francisco, sendo 108 deles votantes. Do total dos cardeais, 114 são europeus, 37 asiáticos, 32 sul-americanos, 29 africanos, 28, norte-americanos, oito da América Central e quatro da Oceania. Entre os cardeais europeus, entretanto, apenas 46,5% podem votar.

Fonte: Agência Brasil

Mensagens de pesar do mundo pela morte de Francisco

Logo após o anúncio da morte do Papa Francisco às 7h35min da manhã (horário do Vaticano) desta segunda-feira (21/04), dia em que a Igreja celebra a Segunda-feira do Anjo, as mensagens de condolências de um munto inteiro começaram a chegar no Vaticano. Uma das primeiras foi da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que escreveu através da rede social X:

“Hoje o mundo chora o falecimento de Papa Francisco. Inspirou milhões de pessoas, muito além da Igreja Católica, com a sua humildade e o seu puro amor pelos menos afortunados. Os meus pensamentos estão com todos aqueles que sofrem essa profunda perda. Que possam encontrar conforto na ideia de que o legado do Papa Francisco continuará a nos guiar todos em direção a um mundo mais justo, pacífico e compassivo.”

O pesar dos governos da Itália e Espanha

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, também já se declarou sobre a morte do Papa Francisco: “recebi com grande tristeza pessoal a notícia da morte do Papa Francisco, sentindo o grave vazio que se cria com a perda do ponto de referência que para mim sempre representou”.

O falecimento do Pontífice, continuou o Chefe de Estado, “suscita dor e comoção entre os italianos e em todo o mundo. O seu ensinamento recordou a mensagem evangélica, a solidariedade entre as pessoas, o dever de proximidade com os mais frágeis, a cooperação internacional, a paz na humanidade”. “A gratidão para com ele”, concluiu Mattarella, “deve ser traduzida com a responsabilidade de trabalhar, como ele fez constantemente, por esses objetivos”.

Por sua vez, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse ter tido “o privilégio de desfrutar da sua amizade, dos seus conselhos e dos seus ensinamentos, que nunca falharam, mesmo em momentos de provação e sofrimento”. E Meloni acrescentou: “nas meditações da Via-Sacra, nos recordou do poder do dom, que faz tudo florescer novamente e é capaz de reconciliar o que, aos olhos do homem, é irreconciliável. E pediu ao mundo, mais uma vez, a coragem de uma mudança de rota, para percorrer um caminho que não destrói, mas cultiva, repara, protege”.

Em entrevista ao canal público de TV da Itália, a RAI, a primeira-ministra acrescentou que, sobre o plano histórico-político, “a sua presença, a primeira vez de um Pontífice no G7, foi única”. No mesmo dia, recordou ela, “além de participar dos trabalhos da cúpula, teve muitos encontros bilaterais, foi também um dia muito cheio de trabalho em que suas palavras surpreenderam todos, comoveram todos: é uma das coisas que fiz nesses dois anos e meio das quais me sinto muito orgulhosa, devido ao significado histórico de um Papa que vem ao G7, e que fala sobre um tema como a inteligência artificial”. E Meloni continuou: “ele lutou conosco para que o homem permanecesse no centro da sociedade”.

Da Espanha, a mensagem de pesar do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, que elogiou o “profundo legado” deixado pelo papa Francisco por seu compromisso com a paz e a justiça social: “lamento o falecimento do Papa Francisco. Seu compromisso com a paz, a justiça social e os mais vulneráveis deixa um legado profundo. Descanse em paz”, escreveu o chefe do governo espanhol nas redes sociais após a morte do Pontífice.

Mensages do Reino Unido à Ucrânia

O Rei Charles III também prestou homenagem ao Papa Francisco, recordando da sua “compaixão” e compromisso ecumênico em uma mensagem divulgada pelo Palácio de Buckingham, em Londres, em nome da Rainha Camilla também. Há duas semanas, o casal real havia se encontrado com o Pontífice em uma visita privada no Vaticano.

“De Buenos Aires a Roma, Papa Francisco queria que a Igreja levasse alegria e esperança aos mais pobres entre os pobres. Unir as pessoas entre si e com a natureza. Que essa esperança possa crescer incessantemente além dele”, diz a mensagem nas mídias sociais do presidente da França, Emmanuel Macron.

“Francisco será lembrado por seu incansável compromisso com os membros mais frágeis da sociedade, da justiça e da reconciliação. A humildade e a fé na misericórdia de Deus eram seus princípios orientadores”, escreveu o primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz.

“Ele sabia dar esperança, aliviar o sofrimento através da oração e promover a unidade. Rezou pela paz na Ucrânia e pelos ucranianos. Choramos junto aos católicos e a todos os cristãos que buscaram apoio espiritual no Papa Francisco”, diz a mensagem do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Uma “pessoa excepcional”, um “grande defensor da justiça e da humanidade” que “promoveu o diálogo entre a Igreja Católica de Roma e aquela ortodoxa russa”. Essa foi a lembrança do presidente russo, Vladimir Putin, em um telegrama enviado ao Vaticano e publicado no site do Kremlin. O Pontífice tinha grande autoridade internacional como “um fiel servidor do ensinamento cristão, sábio religioso e estadista, defensor coerente dos altos valores do humanismo e da justiça”, destacou Putin, lembrando que “durante o seu pontificado, promoveu ativamente a interação construtiva entre a Rússia e a Santa Sé”.

Condolências que vêm inclusive da Argentina

O pesar pela morte do Papa Francisco também vêm de fora do continente europeu. “Descansa em paz, Papa Francisco”, diz a postagem publicada no perfil X da Casa Branca, ao lado de fotos do Pontífice com o presidente e o vice-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e JD Vance. Em uma postagem separada, o vice-presidente dos EUA, que havia se encontrado com Francisco na manhã de Páscoa, expressou proximidade com a comunidade cristã e lembrou a homilia proferida por Francisco no momento extraordinário de oração no na Praça São Pedro de 27 de março de 2020. “Foi realmente muito bonita”, escreveu Vance.

O presidente de Israel, Isaac Herzog, enviou condolências ao mundo cristão e, em particular, às comunidades cristãs na Terra Santa. “Homem de profunda fé e paixão sem limites”, escreveu Herzog no perfil no X, Francisco “dedicou a sua vida a consolar os pobres e a clamar pela paz em um mundo atormentado”. O auspício do presidente israelense é que as orações do Papa pelo fim dos conflitos no Oriente Médio “e pelo retorno dos reféns sejam atendidas em breve”.

O presidente da Argentina e seu compatriota, Javier Milei, escreveu nas mídias sociais que “apesar das diferenças que hoje parecem mínimas”, poder encontrar o Papa “na sua gentileza e sabedoria” foi “uma verdadeira honra”.

O presidente da Índia, Narendra Modi, relembrou nas mídias sociais os encontros com o Papa e o seu “compromisso por um desenvolvimento inclusivo e abrangente. A sua afeição pelo povo indiano permanecerá sempre viva”.

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, declarou em discurso transmitido pela televisão nacional que todas as bandeiras seriam hasteadas a meio mastro nos prédios do governo nesta terça-feira (22/04), em sinal de respeito ao falecido Pontífice. Para os católicos australianos, ele foi um “um pai amoroso”, disse Albanese. “Papa Francisco viveu a sua fé e a sua vocação com palavras e ações. Foi realmente fonte de inspiração.” 

Fonte: Vatican News

Lula decreta luto oficial de sete dias pela morte do Papa Francisco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou nesta segunda-feira (21) luto oficial de sete dias em homenagem ao Papa Francisco. Por meio de nota, o presidente destacou o legado do pontífice argentino Jorge Mario Bergoglio e lamentou profundamente a perda de uma “voz de respeito e acolhimento ao próximo”.

Lula ressaltou que Francisco viveu e propagou valores como o amor, a tolerância e a solidariedade.

“Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o Papa buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia”, disse.

O presidente também destacou a atuação do Papa em temas centrais da agenda social e ambiental global. Segundo ele, com simplicidade, coragem e empatia, Francisco levou ao Vaticano o debate sobre as mudanças climáticas e denunciou modelos econômicos geradores de injustiças e desigualdades.

“Ele sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito”, afirmou Lula.

O presidente lembrou ainda os encontros que teve com o Papa, ao lado da primeira-dama Janja da Silva, como momentos de carinho e partilha de ideais comuns. “Pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará”, disse.

Ao finalizar a nota, o presidente desejou consolo a todos que sofrem com a perda do líder religioso. “O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações”, concluiu.

Encontros

O presidente Lula e o Papa Francisco se encontraram oficialmente em três ocasiões. O primeiro encontro ocorreu em 13 de fevereiro de 2020, no Vaticano. A reunião, de caráter privado, foi realizada na Casa Santa Marta, onde o Papa costuma receber convidados em um ambiente mais reservado e informal. Durante cerca de uma hora, eles conversaram sobre a importância da solidariedade, do combate às desigualdades e da construção de um mundo mais justo e fraterno.

Já eleito, Lula voltou a se reunir com o pontífice em 21 de junho de 2023, também no Vaticano. Na ocasião, além de reafirmarem os laços de amizade, discutiram temas da agenda global, como a promoção da paz, a preservação ambiental e a luta contra a fome e a pobreza. O presidente convidou o Papa Francisco para visitar o Brasil, especialmente durante a celebração do Círio de Nazaré, em Belém (PA).

O terceiro encontro aconteceu em 14 de junho de 2024, durante a Cúpula do G7, realizada na região de Apúlia, no sul da Itália. O Papa participou pela primeira vez como orador no evento, destacando a necessidade de um uso ético da inteligência artificial e condenando o desenvolvimento de armas autônomas letais. Em uma reunião privada, Lula e Francisco voltaram a discutir temas como o combate à fome, a promoção da paz e a necessidade urgente de reduzir as desigualdades globais

Em fevereiro deste ano, Janja teve um novo encontro com o Papa Francisco em meio a uma viagem a Roma para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Durante a reunião, ela agradeceu as orações pela saúde de Lula e compartilhou com o Papa reflexões sobre a situação de mulheres e meninas afetadas pela fome e a pobreza. 

Fonte: Agência Brasil

PEC da Segurança não traz mudanças significativas, dizem pesquisadores

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública foi entregue no dia 8 à Câmara dos Deputados, pelo Ministério da Justiça. A proposta é uma das apostas do governo federal para ampliar a segurança do cidadão, que prevê, entre outras questões, uma maior integração entre a União e os entes federados e dar respaldo constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública (Susp), criado por lei ordinária em 2018.

Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a constitucionalização poderia permitir que o Susp funcionasse como o Sistema Único de Saúde (SUS) que, de acordo com ele, funciona bem porque está na Constituição.

O texto da PEC também propõe atualizar as competências das polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF). A PRF, por exemplo, se tornaria uma polícia ostensiva federal, passando a se chamar Polícia Viária Federal, com suas atribuições expandidas para fazer policiamento ostensivo também em ferrovias e hidrovias, além das rodovias, como já acontece atualmente, e para auxiliar as forças de segurança estaduais quando requisitada. 

Outras propostas são a padronização de protocolos, informações e dados estatísticos; a de estabelecer diretrizes gerais para segurança e sistema penitenciário; a de fixar atribuições das guardas municipais e criar corregedorias e ouvidorias com autonomia funcional em relação às forças de segurança que estiverem sob seu escrutínio.

Os fundos Nacional de Segurança Pública (FNSP) e Penitenciário Nacional (Funpen) também estariam previstos na Constituição, a fim de garantir recursos e protegê-los contra contingenciamentos.

Apesar de a PEC trazer pontos positivos, os especialistas ouvidos pela Agência Brasil não acreditam que a proposta levará a mudanças significativas nas políticas de segurança pública brasileiras.

“A PEC da Segurança Pública não muda a política de segurança pública, ela não introduz novidades. A gente está numa situação que a gente precisa de políticas efetivas”, avalia a pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Carolina Grillo. 

“Ela [PEC] não oferece uma resposta para a sensação de insegurança da população. Apenas constitucionaliza uma série de práticas que já eram adotadas”, afirma.

José Cláudio Souza Alves, pesquisador da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), também considera que, de uma forma geral, a PEC não traz grandes novidades e nem oferece respostas para questões estruturais da criminalidade.

“Isso é para fazer debate entre a extrema-direita e o governo, não traz uma solução real. O problema está lá na base de uma estrutura social cruel, perversa, que não te dá possibilidade alguma e que vai corromper toda essa estrutura de segurança pública. Ou você interfere nessa estrutura, dá alternativas e permite que esse jovem tenha alguma chance de sobreviver a tudo isso com outro tipo de ação econômica, social, política, ou você não vai resolver. [A PEC] É uma ilusão”, afirma o pesquisador, que estuda dinâmicas criminais na Baixada Fluminense, como grupos de extermínio e desaparecimentos forçados.

O professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e consultor em Segurança Pública Alan Fernandes, que foi tenente-coronel da Polícia Militar de São Paulo, concorda que a PEC não trará mudanças em curto prazo, mas acredita que “é um aceno de mudanças estruturais, para que os passos iniciais sejam dados”, para mudanças de médio e longo prazos.

“A PEC, ainda que ela não possa ser sentida de imediato pelo cidadão, ela dá as condições de novos arranjos, que o Brasil ainda não dispõe, mas que sem ela não seriam possíveis de viabilizar. Eu acho muito positiva a ideia, porque fez mobilizar diversas forças políticas em prol de um tema que exige uma consideração nacional”, defende o professor.

Susp

Para Fernandes, a PEC fortalecerá o Susp, criado em 2018. 

“Desde a edição da lei do Susp, careciam instrumentos legais, e até mesmo administrativos, para fazer a implementação dessa lei. Em outras palavras, o governo federal se viu com uma lei de difícil implementação por conta da resistência dos governadores dos estados”, avalia.

O pesquisador explica que a constitucionalização do Susp permite instrumentos como uma coordenação nacional sobre temas de segurança que tenham caráter interestadual.

Carolina Grillo também considera que a constitucionalização do tema da segurança é importante para explicitar as atribuições de cada ente federado, que ainda não estão claras na Constituição Federal.

“A questão da constitucionalização é importante, por exemplo, para padronizar a questão dos dados. A inclusão do Susp na Constituição também é um grande avanço. É muito importante que o governo federal tenha compreendido a relevância da sua atuação na condução das políticas públicas”.

Corregedorias

Carolina Grillo destaca que a autonomia das corregedorias e ouvidorias é outro avanço proposto pela PEC. 

“Isso é fundamental para evitar intromissões no trabalho das corregedorias. Muitas vezes, quando há policiais investigando seus colegas, eles podem ser intimidados pelas estruturas da polícia, o que faz com que as possibilidades de obstrução e de adoção de posturas corporativistas seja muito maior. Então é fundamental que as corregedorias sejam separadas”, observa.

Para o pesquisador José Cláudio Souza Alves, questões como o aperfeiçoamento e a padronização de protocolos e de dados são algo que qualquer estrutura administrativa deve buscar, mas não crê que isso resolva muita coisa.

Ele destaca ainda que a existência de uma corregedoria autônoma, por si só, não garante eficiência do controle sobre a atividade policial. 

“Colocar uma corregedoria sobre uma estrutura que parece um queijo suíço, toda furada, com um monte de gente comprometida [com atividades criminais], como isso vai resolver?”, questiona.

Polícia ostensiva

O pesquisador José Cláudio Souza Alves critica também a ampliação das competências da PRF, que, na prática, cria uma polícia ostensiva federal. Segundo ele, isso seria “mais do mesmo”. 

“Em 2020, aqui na baixada [fluminense], a PRF se juntou à Polícia Civil, e matou 17 pessoas, cinco em Nova Iguaçu e 12 em Itaguaí, em 2 dias. Colocar uma polícia ostensiva federal, armada, para fazer operação, é bater na mesma tecla. Vai intensificar mais os conflitos e não vai resolver nada”, alerta.

Carolina Grillo diz, no entanto, que, na prática, a PRF já atua fora das rodovias e que a PEC vai apenas oficializar essa atuação.

Governo

Durante uma audiência no Senado Federal, em 9 de abril, o ministro Ricardo Lewandowski disse que “a PEC é uma tentativa de organizar o jogo para, em seguida, darmos uma nova partida”. 

“Estamos propondo diretrizes nacionais que serão construídas em diálogo com os entes federativos e com a sociedade civil, sem retirar as competências locais ou comprometer a autonomia dos estados sobre suas forças policiais”, defendeu.

No momento da entrega da proposta à Câmara dos Deputados, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse que a tramitação da PEC é um “debate muito necessário para o Brasil, complementado com outras ações do governo federal, que o Ministério da Justiça e Segurança Pública já tem preparado”.

Fonte: Agência Brasil

Ministério retoma seguro de crédito à exportação pós-embarque

A partir deste mês, as micro, pequenas e médias empresas podem se proteger de riscos associados às exportações. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) retomou o seguro de crédito à exportação (SCE) pós-embarque, interrompido em 2019.

O novo seguro está disponível desde o último dia 4 para empresas com exportações anuais de até US$ 3 milhões e faturamento anual de até R$ 300 milhões. No fim do ano passado, a pasta havia lançado o SCE na fase pré-embarque, quando a mercadoria ainda não foi embarcada.

“Com essas duas garantias, o governo age nas duas pontas [pré e pós-embarque] para assegurar às empresas maior capacidade para exportar mais e fortalecer sua presença no comércio exterior. Qual é o nosso objetivo? Estimular as micro, pequenas e médias empresas brasileiras a vender seus produtos lá fora no exterior, gerando empregos de qualidade e renda para a nossa população”, disse o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em vídeo gravado nas redes sociais.

Proteção

A modalidade pós-embarque do seguro de crédito protege o exportador ou o financiador contra o não-pagamento da exportação. Na prática, permite que o exportador conceda a seus clientes estrangeiros condições de venda mais atrativas, com o pagamento a prazo. Essa proteção também facilita que bancos antecipem valores a receber, permitindo que o exportador receba à vista, mesmo oferecendo pagamento a prazo ao comprador da mercadoria em outro país.

Da mesma forma, na modalidade pré-embarque, o financiador que antecipa os recursos da exportação ao exportador fica protegido contra o risco de não-realização da exportação e também contra o risco de não pagamento pelo importador.

Juros mais baixos

Tanto no pré como no pós-embarque, o SCE traz um benefício adicional ao promover o acesso a melhores condições de financiamento. Isso acontece porque o SCE reduz o risco para os bancos que concedem crédito ao exportador, seja como capital de giro pré-embarque seja como refinanciamento de crédito ao importador na fase de comercialização. O Programa de Financiamento ao Exportador (Proex), também do governo federal, aceita o seguro de crédito à exportação como garantia.

Com recursos do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), o seguro de crédito ao exportador é operado pela Agência Brasileira de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), sob as diretrizes da Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao MDIC. Em 2024, foram aprovadas coberturas no valor de US$ 9,15 milhões em 13 operações e 9 empresas beneficiadas.

Quem pode contratar 

  • Empresas exportadoras com faturamento anual de até R$ 300 milhões. Essa é a regra geral para que sejam consideradas micro, pequenas e médias empresas.
  • Além disso, para que possam contratar o SCE, elas precisam ter:
  • Receita anual de exportações de até US$ 3 milhões, para contratar o SCE pós-embarque;
  • Receita anual de exportações de até US$ 5 milhões, para contratar o SCE pré-embarque.

Vantagens

  • Não há exigência de contragarantias (ativos que o exportador tem de oferecer para obter o seguro);
  • Modalidade de garantia adicional, que pode ser útil às empresas com dificuldade em obter outros tipos de garantias;
  • Não compromete o limite de crédito do exportador;
  • Não há valor mínimo de exportação;
  • Não há restrição de produtos ou serviços elegíveis.

Prazo de cobertura

  • Na fase pós-embarque, o SCE cobre operações de exportação com prazos até dois anos. Na frase pré-embarque, são 180 dias.

Fonte: Agência Brasil