sexta-feira, junho 27, 2025
InícioDestaquesONU acusa Israel de extermínio por ataques a escolas de Gaza

ONU acusa Israel de extermínio por ataques a escolas de Gaza

Relatório aponta crimes de guerra e contra a humanidade

Uma comissão internacional de inquérito das Nações Unidas acusou, nesta terça-feira (10), Israel de cometer crimes de guerra e o crime contra a humanidade de “extermínio” devido aos ataques a escolas, locais religiosos e culturais na Faixa de Gaza. O relatório, divulgado em Genebra, na Suíça, aponta que a destruição generalizada de infraestruturas, o desmantelamento do sistema educativo e os ataques a locais culturais e religiosos “não afetam apenas os palestinos no presente, mas comprometem também o futuro do povo palestino, incluindo o seu direito à autodeterminação”.

“Temos cada vez mais indícios de que Israel está a levar a cabo uma campanha concertada para aniquilar a vida dos palestinos em Gaza”, afirmou a presidente da comissão, a sul-africana Navi Pillay, em comunicado. Pillay, que já foi presidente do Tribunal Penal Internacional para o Ruanda, juíza no Tribunal Penal Internacional (TPI) e Alta-Comissária da ONU para os Direitos Humanos, destacou que “o fato de Israel visar a vida educativa, cultural e religiosa do povo palestino prejudicará as gerações atuais e futuras, ao comprometer o seu direito à autodeterminação”.

A Comissão de Inquérito Internacional Independente, criada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em maio de 2021, tem a missão de investigar violações do direito internacional em Israel e nos territórios palestinos ocupados. O relatório também acusa o Hamas de crimes de guerra, incluindo ataques contra civis em 7 de outubro de 2023, quando o grupo matou cerca de 1.200 pessoas e fez mais de 250 reféns em Israel, desencadeando a atual guerra.

A ofensiva israelense, em resposta, causou a morte de mais de 43 mil palestinos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. A ONU estima que mais de 80% das escolas e locais culturais em Gaza foram danificados ou destruídos, agravando a crise humanitária no enclave.

Israel negou as acusações, classificando o relatório como “tendencioso” e afirmando que suas ações têm como alvo apenas o Hamas e outros grupos armados, e não a população civil. “A comissão ignora o contexto da guerra contra o terrorismo e manipula fatos para deslegitimar Israel”, declarou um porta-voz do governo israelense.

A comissão da ONU também criticou Israel por impor um bloqueio que impede a entrada de ajuda humanitária, exacerbando a fome e a falta de serviços básicos em Gaza. “A destruição sistemática de infraestruturas essenciais, como escolas e hospitais, é uma tentativa de tornar Gaza inabitável”, afirmou o documento.

O relatório será apresentado na próxima segunda-feira (16) à Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos.

Fonte: Agência Brasil

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais Lidas